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Aquele que observa, respeita e contempla o mar.

23 de Fevereiro de 2020 by Bruno Caetano Aniceto Leave a Comment

Aquele que olha o mar, que o respeita e o adora. Uma adoração sem igual, incomum, incomparável a tudo o que se conhece. Único. Aquele que observa sabe bem a linguagem do mar, e o mar, como ninguém, conhece os seus sentimentos, os seus desabafos, pelas inúmeras conversas que ambos têm. Velhos conhecidos que se encontram sempre que o momento lhos proporciona.

marAquele que o mar ouve sabe bem a sua natureza inconstante, e por vezes temível. Respeita-o e idolatra-o. Não só pela sua imensidão, pela sua força, mas também por este o ouvir. O mar espera sempre por ele, observa-o, um mero devoto reduzido à insignificância do seu tamanho que ali fica a procurar respostas e soluções aos problemas e conflitos que tem atrás das suas costas.

De dúvidas e incertezas está repleta a mente daquele que se perde a tentar, impossivelmente, ver o outro lado do mar. Consegue respirar e entrar numa sintonia pessoal com a música que o mar para ele, naquele momento, canta, mas nunca o poderá igualar. Nem o mar lhe dará a resposta que procura, apenas porque assim o deseja. Sabe que o mar não é de ninguém, não se pode controlar. Bem sabem aqueles que o enfrentam, que de terrível destino se arriscam quando o desafiam, e desrespeitosamente atrevem-se a menosprezá-lo.

Nem o sol lhe resiste, astro de magnificência incomparável, todo-poderoso do vasto azul, até esse, no final do dia, rende-se ao mar, que o acolhe lentamente e o conforta até ao final da noite, quando o deixa novamente rumar aos céus e voltar a reinar. Até lá, o mar deixa as estrelas tomarem conta do território do sol, gosta que estas se espelhem nele.

Disto sabe aquele que vê o mar sabe que não é único, que é e será apenas mais um que o procura. Sabe que ele já cá estava antes dele e que cá ficará para que os seus filhos e netos, tal como ele, desabafem e procurem respostas e conhecimento. Poderá ser mais um, mas sabe do fundo do seu coração, que o mar, sabe quem ele é.

Ele é aquele que contempla o mar.

in: palavrasdescrita

Filed Under: OUTROS Tagged With: cidades europeias, edição, excursões, férias, jornais, mar, monumentos, passeios, turismo, viagens à volta do mundo, viajar

“Entrevistas no Centro do Mundo” de Henrique Cymerman

7 de Novembro de 2019 by Sónia Vieira Leave a Comment

A minha ida ao Médio Oriente resultou de uma vontade intrínseca de querer estar no “centro do mundo“. Sim, no centro do mundo!

Há já algum tempo que esse desejo crescia de forma desmesurada, mas consistente e sólida. Ainda que não o possa desligar da minha vertente histórica, esse bicho que me “rói” a alma, esse anseio teve a ver com a minha vocação para uma busca incansável do “metasocial”.

Talvez não se trate tanto de uma questão filantrópica, mas antes de uma conversão ao puramente social. Sim, eu sou um bicho altamente socializante e comungo em plenitude da filosofia aristotélica de que a sociabilidade faz parte da natureza humana e que necessitamos tanto dela, como de ar para respirar.

Não que eu tivesse pretensão de conseguir “sociabilizar” com israelitas e palestinianos, mas a minha curiosidade em saber mais e melhor sobre a “sociabilidade” no centro do mundo, onde a paz não tem morada, era sem dúvida tão trivial como incomensurável.

Não me enganei, ali era mesmo o centro do mundo! O epicentro de crenças, vontades, desejos, coragem e resistência como nunca antes tinha visto!

Uma viagem aos dois lados de um mesmo mundo…

entrevistas-no-centro-do-mundoNuma cidade como tantas outras, Telavive, o sol que raiva às 6h da manhã era um tanto mais forte do que noutras cidades e adivinhava um dia capaz torrar qualquer alminha mais desprevenida.

Jerusalém, ali mesmo no centro do mundo, pareceu-me uma cidade convidativa e hospitaleira, mas prenhe de movimento, com muitos rostos e muita vida por desvendar!

Falar de Jerusalém não é fácil. Podia ser uma cidade como tantas outras que existem no mundo, mas não é!

Ali, muita história aconteceu e acontece! Ali tudo era rápido e cheio de incertezas, mas também cheio de equilíbrio e consistência. É difícil descrever, muito difícil!

Alia, sente-se a latência de um povo em sobressalto, mas também em harmonia com a vida, agradecido com a dádiva conquistada.

Do outro lado, do lado de lá do muro, de uma fronteira construída sobre o ódio e o sofrimento, sobre a angústia e o medo, outros sofrem a mesma dor, abraçados a outra crença, a outra voz…

Ali, no centro do mundo, não há meias medidas, é tudo ou o quase nada!

Coragem e temor em ambos os lados do muro!

Henrique Cymerman não poderia ter escolhido melhor título para mostrar ao mundo o brilhante trabalho que tem vindo a fazer como jornalista, no local mais periclitante do mundo!

Foi com enorme surpresa e agrado que comecei a ler as suas entrevistas, realizadas no centro do mundo. Para além de uma escrita jornalística de enorme qualidade e distinção, a obra dá-nos uma visão clara, isenta e imune aos sentimentos (tão difíceis de conter!) sobre o conflito israelo-árabe.

Para o leitor que desejar perscrutar com maior acuidade os movimentos, valores e pretensões no Médio Oriente, onde não é possível dormir e acordar completamente descansado, esta é sem dúvida uma obra obrigatória.

A capa do terrorismo, o pavor da denúncia, a incerteza do improvável, a esperança de um amanhã de paz e sossego, a verdade incontida nas palavras andam de braços dados com uma vida de amor ao próximo e de uma coragem desmedida, em ambos os lados do muro!

Vale a pena ler!

Fonte da imagem

Filed Under: TELEVISÃO Tagged With: amor, bares, cidades europeias, Cultura, edição, excursões, férias, jornais, monumentos, passeios, turismo, viagens à volta do mundo, viajar

Estará morto para sempre o jornalismo em Portugal?

20 de Setembro de 2019 by Ricardo Lopes Leave a Comment

O jornalismo português perdeu o espírito crítico

Influência das agências de comunicação

O jornalismo português tem sido fortemente influenciado pelas agências de comunicação, resultando numa perda significativa do seu espírito crítico. Estas agências, com agendas bem definidas, muitas vezes ditam o que é noticiado e como é apresentado ao público. Segundo um estudo da Universidade de Lisboa, cerca de 70% das notícias publicadas em jornais nacionais têm origem em comunicados de imprensa de agências de comunicação. Esta dependência cria um ambiente onde a informação é filtrada e manipulada para servir interesses específicos, sejam eles políticos, económicos ou ideológicos. Para mais detalhes sobre a influência das agências de comunicação, veja Meios de comunicação social? Só se for de nome….

  • Manipulação da informação: As agências de comunicação frequentemente moldam as notícias para favorecer os seus clientes.
  • Perda de independência: Os jornalistas tornam-se dependentes das agências para obter informações, comprometendo a sua capacidade de investigação independente.
  • Agenda oculta: Muitas vezes, as notícias são publicadas com segundas intenções, sem que o público tenha consciência disso.

Falta de jornalistas com capacidade de análise

Outro fator que contribui para a perda do espírito crítico no jornalismo português é a falta de jornalistas com capacidade de análise. A formação inadequada e a pressão para produzir conteúdo rapidamente resultam em reportagens superficiais e pouco investigativas. De acordo com a Associação Portuguesa de Jornalismo, apenas 30% dos jornalistas em atividade possuem formação específica na área. Para mais informações sobre a formação dos jornalistas, consulte Deontologia do jornalista – jura que não faz metajornalismo?.

  1. Formação inadequada: Muitos jornalistas entram no mercado de trabalho sem a preparação necessária para realizar análises profundas e críticas.
  2. Pressão por rapidez: A necessidade de publicar notícias rapidamente impede uma investigação detalhada e rigorosa.
  3. Superficialidade: As reportagens tendem a ser superficiais, focando-se em factos imediatos sem explorar as causas e consequências subjacentes.

A combinação da influência das agências de comunicação e a falta de jornalistas bem preparados resulta num jornalismo que falha em cumprir o seu papel fundamental de informar o público de maneira crítica e independente. Para reverter esta tendência, é essencial investir na formação de jornalistas e promover uma cultura de investigação e análise rigorosa. Além disso, a independência editorial deve ser protegida para garantir que as notícias sejam reportadas de forma justa e imparcial.

Imagem sugerida: Uma redação de jornal com jornalistas a trabalhar em computadores, simbolizando a pressão e a falta de tempo para investigações profundas.

Impacto da Internet no Jornalismo

Difusão de Blogues e Redes Sociais

A Internet revolucionou o jornalismo, trazendo consigo a proliferação de blogues e redes sociais. Estes novos meios de comunicação democratizaram o acesso à informação, permitindo que qualquer pessoa possa publicar e partilhar notícias. Segundo um estudo da Reuters Institute, 53% dos utilizadores de Internet em Portugal consomem notícias através das redes sociais. Esta mudança alterou profundamente a dinâmica do jornalismo tradicional, que agora compete com uma multiplicidade de vozes e fontes de informação. Para mais sobre o impacto da Internet, veja Jornalismo e internet: qual o futuro da imprensa nacional?.

  • Vantagens:
    • Acesso rápido e fácil à informação
    • Diversidade de perspectivas e opiniões
    • Interatividade e feedback imediato
  • Desvantagens:
    • Proliferação de fake news
    • Falta de verificação e credibilidade
    • Saturação de informação

Dificuldade em Rentabilizar o Online

Apesar das oportunidades oferecidas pela Internet, o jornalismo enfrenta desafios significativos na rentabilização do conteúdo online. A transição do papel para o digital não foi acompanhada por um modelo de negócio sustentável. De acordo com a Associação Portuguesa de Imprensa, apenas 20% das receitas dos jornais provêm do digital. Este cenário cria uma dependência perigosa da publicidade, que muitas vezes compromete a independência editorial.

  1. Modelos de Rentabilização:
    1. Subscrições e paywalls
    2. Publicidade nativa e patrocinada
    3. Doações e crowdfunding
  2. Desafios:
    • Resistência dos leitores a pagar por conteúdo
    • Concorrência com plataformas gratuitas
    • Diminuição das receitas publicitárias

Apego ao Suporte Papel

O apego ao suporte papel é outro obstáculo que o jornalismo enfrenta na era digital. Muitos meios de comunicação ainda investem significativamente na impressão, apesar da queda nas vendas e assinaturas. Este apego ao papel impede uma adaptação completa ao ambiente digital, limitando a inovação e a exploração de novas formas de contar histórias. Para mais sobre a convivência entre o digital e o papel, veja Jornais Online: A Convivência Feliz com o Jornal Papel.

  • Razões para o Apego:
    • Tradição e prestígio associados ao papel
    • Público-alvo mais velho e conservador
    • Receitas ainda significativas de assinaturas impressas
  • Consequências:
    • Dificuldade em atrair leitores mais jovens
    • Custos elevados de produção e distribuição
    • Menor flexibilidade e rapidez na publicação de notícias

Em suma, a Internet trouxe tanto desafios quanto oportunidades para o jornalismo. A difusão de blogues e redes sociais democratizou a informação, mas também trouxe problemas de credibilidade. A rentabilização do conteúdo online continua a ser um desafio, e o apego ao suporte papel impede uma adaptação completa ao digital. Para prosperar, o jornalismo precisa de encontrar um equilíbrio entre tradição e inovação.

O jornalismo actual em Portugal está a passar um mau bocado

Presença de pseudo-jornalistas

O jornalismo em Portugal enfrenta desafios significativos, um dos quais é a proliferação de pseudo-jornalistas. Estes indivíduos, muitas vezes sem formação adequada ou experiência relevante, ocupam posições de destaque nos meios de comunicação. A sua ascensão meteórica deve-se, em grande parte, a interesses externos que os colocam estrategicamente para moldar a opinião pública.

  • Falta de formação: Muitos destes pseudo-jornalistas não possuem a formação necessária para exercer a profissão com rigor e ética.
  • Ascensão meteórica: A rapidez com que alcançam posições de destaque levanta questões sobre os critérios de seleção nos meios de comunicação.
  • Influência externa: A sua presença é frequentemente resultado de pressões externas, sejam elas políticas, económicas ou ideológicas.

Influência de lobbies e empresas

A influência de lobbies e empresas nos meios de comunicação é outra questão crítica. Estes grupos utilizam os meios de comunicação para promover os seus interesses, muitas vezes em detrimento da verdade e da imparcialidade jornalística.

  1. Lobbies políticos: Grupos políticos utilizam os meios de comunicação para promover as suas agendas e influenciar a opinião pública.
  2. Empresas: Grandes corporações financiam meios de comunicação para garantir uma cobertura favorável dos seus negócios e práticas.
  3. Impacto na imparcialidade: Esta influência compromete a imparcialidade e a integridade do jornalismo, transformando-o numa ferramenta de propaganda.

Objetivos políticos, económicos, ideológicos e desportivos

Os objetivos por trás da manipulação dos meios de comunicação são variados e abrangem várias áreas da sociedade.

  • Políticos: Manipulação da opinião pública para favorecer determinados partidos ou políticas.
  • Económicos: Promoção de interesses empresariais e comerciais.
  • Ideológicos: Disseminação de ideologias específicas para moldar a visão do público.
  • Desportivos: Influência na cobertura de eventos desportivos para beneficiar certos clubes ou atletas.

A situação atual do jornalismo em Portugal é preocupante. A presença de pseudo-jornalistas, a influência de lobbies e empresas, e os objetivos políticos, económicos, ideológicos e desportivos comprometem a integridade e a qualidade da informação. Para reverter este cenário, é essencial promover uma formação rigorosa para os jornalistas, garantir a independência dos meios de comunicação e fomentar uma cultura de ética e responsabilidade.

Os novos suportes e o êxodo de profissionais competentes contribuiu para este estado

Miguel Relvas da comunicação social

A expressão “Miguel Relvas da comunicação social” refere-se a indivíduos que, tal como o político português, utilizam a comunicação para fins estratégicos e pessoais. Estes pseudo-jornalistas, muitas vezes com carreiras meteóricas, são colocados em posições de destaque por influência de lobbies e empresas. A sua missão é clara: moldar a opinião pública de acordo com interesses específicos, sejam eles políticos, económicos, ideológicos ou desportivos. Este fenómeno tem contribuído significativamente para a degradação do jornalismo em Portugal.

Implosão do jornalismo

A combinação de novos suportes digitais e a saída de profissionais competentes tem levado à implosão do jornalismo tradicional. A transição para o digital não foi acompanhada por uma adaptação adequada dos meios de comunicação. Muitos jornais e revistas ainda estão presos ao modelo de rentabilidade do papel, enquanto lutam para encontrar formas eficazes de monetizar o conteúdo online. Este desajuste tem resultado em:

  1. Redução da qualidade do conteúdo jornalístico.
  2. Aumento da dependência de publicidade e patrocínios.
  3. Diminuição da independência editorial.

Substituição por conteúdos e comunicação

Com a crise no jornalismo tradicional, assistimos a uma substituição gradual de notícias por “conteúdos” e “comunicação”. Esta mudança tem várias implicações:

  • Perda de espírito crítico: Os conteúdos são frequentemente produzidos para agradar a audiências específicas, sem a profundidade e análise que caracterizam o jornalismo de qualidade.
  • Estereotipação da informação: A comunicação torna-se amorfa e padronizada, sem acrescentar valor ou promover o pensamento crítico.
  • Influência de interesses externos: A produção de conteúdos é muitas vezes influenciada por interesses comerciais e políticos, comprometendo a imparcialidade e a integridade jornalística.

Para reverter esta tendência, é crucial que o jornalismo recupere a sua essência, focando-se na investigação rigorosa e na análise crítica. A formação de novos jornalistas deve ser reforçada, garantindo que saiam das faculdades com uma sólida base de cultura geral e ética profissional. Além disso, os meios de comunicação devem encontrar formas inovadoras de rentabilizar o conteúdo digital, sem comprometer a qualidade e a independência editorial.

O futuro parece não trazer nada de bom relativamente ao jornalismo português

Falta de preparação dos novos jornalistas

A formação dos novos jornalistas em Portugal enfrenta desafios significativos. Muitos recém-formados saem das universidades sem a preparação adequada para enfrentar as exigências do mercado. A falta de cultura geral e a ausência de habilidades críticas são preocupantes. Estes jovens profissionais, muitas vezes, acreditam que sabem tudo, mas carecem de experiência prática e humildade para reconhecer suas limitações.

  • Principais problemas na formação:
    • Insuficiência de cultura geral
    • Falta de habilidades críticas
    • Ausência de experiência prática

Necessidade de mudança de paradigma

Para que o jornalismo português recupere sua relevância e qualidade, é essencial uma mudança de paradigma. O jornalismo deve voltar a ser um espelho da sociedade, refletindo suas complexidades e desafios. Isso implica uma transformação profunda na forma como as notícias são produzidas e consumidas.

  1. Revalorização do jornalismo investigativo:
    • Incentivar reportagens aprofundadas
    • Promover a análise crítica dos fatos
  2. Adaptação aos novos meios digitais:
    • Encontrar formas de rentabilizar o conteúdo online
    • Utilizar as redes sociais de maneira ética e responsável
  3. Formação contínua dos profissionais:
    • Oferecer programas de atualização e especialização
    • Incentivar a troca de experiências entre jornalistas veteranos e novatos

Consequências de uma comunicação estereotipada

A comunicação estereotipada e amorfa tem consequências graves para a sociedade. Quando o jornalismo se limita a reproduzir conteúdos padronizados, perde-se a capacidade de questionar e de entender os porquês por trás das notícias. Isso resulta em uma população menos informada e menos crítica.

  • Impactos negativos:
    • Redução da capacidade de questionamento
    • Homogeneização da informação
    • Diminuição da diversidade de opiniões

Para evitar esses efeitos, é crucial que o jornalismo recupere seu papel de mediador crítico e independente. A sociedade precisa de jornalistas que investiguem, questionem e desafiem o status quo, contribuindo para uma democracia mais saudável e informada.

Em resumo, o futuro do jornalismo português depende de uma reavaliação profunda de suas práticas e valores. A formação adequada dos novos jornalistas, a adaptação aos meios digitais e a rejeição da comunicação estereotipada são passos essenciais para garantir um jornalismo de qualidade e relevância.

Conclusões

Resumo das principais ideias

O estado atual do jornalismo português enfrenta desafios significativos. A influência das agências de comunicação e a falta de jornalistas com capacidade crítica têm prejudicado a qualidade da informação. A difusão da Internet, com blogues e redes sociais, trouxe dificuldades na rentabilização do online e um apego ao suporte papel. Além disso, a presença de pseudo-jornalistas, influenciados por lobbies e empresas, tem direcionado a opinião pública para objetivos específicos, sejam eles políticos, económicos, ideológicos ou desportivos. A formação inadequada dos novos jornalistas e a falta de humildade para reconhecer suas limitações também contribuem para um futuro incerto do jornalismo em Portugal.

Possíveis soluções e mudanças necessárias

Para reverter este cenário, algumas soluções e mudanças são essenciais:

  1. Revalorização do jornalismo crítico:
    • Incentivar a formação contínua dos jornalistas.
    • Promover a independência editorial.
  2. Adaptação ao meio digital:
    • Desenvolver modelos de negócio sustentáveis para o jornalismo online.
    • Investir em tecnologias que melhorem a experiência do leitor.
  3. Transparência e ética:
    • Implementar códigos de conduta rigorosos.
    • Garantir a transparência nas relações entre jornalistas e fontes.
  4. Educação e formação:
    • Melhorar os currículos das faculdades de jornalismo.
    • Promover estágios e experiências práticas de qualidade.

Tabela de prós e contras

Para uma visão mais clara, apresentamos uma tabela de prós e contras das possíveis soluções:

Solução Prós Contras
Revalorização do jornalismo crítico Melhoria na qualidade da informação Necessidade de investimento em formação contínua
Adaptação ao meio

O jornalismo português perdeu o espírito crítico

Influência das agências de comunicação

O jornalismo português tem sido fortemente influenciado pelas agências de comunicação, resultando numa perda significativa do seu espírito crítico. Estas agências, com agendas bem definidas, muitas vezes ditam o que é noticiado e como é apresentado ao público. Segundo um estudo da Universidade de Lisboa, cerca de 70% das notícias publicadas em jornais nacionais têm origem em comunicados de imprensa de agências de comunicação. Esta dependência cria um ambiente onde a informação é filtrada e manipulada para servir interesses específicos, sejam eles políticos, económicos ou ideológicos. Para mais detalhes sobre a influência das agências de comunicação, veja Meios de comunicação social? Só se for de nome….

  • Manipulação da informação: As agências de comunicação frequentemente moldam as notícias para favorecer os seus clientes.
  • Perda de independência: Os jornalistas tornam-se dependentes das agências para obter informações, comprometendo a sua capacidade de investigação independente.
  • Agenda oculta: Muitas vezes, as notícias são publicadas com segundas intenções, sem que o público tenha consciência disso.

Falta de jornalistas com capacidade de análise

Outro fator que contribui para a perda do espírito crítico no jornalismo português é a falta de jornalistas com capacidade de análise. A formação inadequada e a pressão para produzir conteúdo rapidamente resultam em reportagens superficiais e pouco investigativas. De acordo com a Associação Portuguesa de Jornalismo, apenas 30% dos jornalistas em atividade possuem formação específica na área. Para mais informações sobre a formação dos jornalistas, consulte Deontologia do jornalista – jura que não faz metajornalismo?.

  1. Formação inadequada: Muitos jornalistas entram no mercado de trabalho sem a preparação necessária para realizar análises profundas e críticas.
  2. Pressão por rapidez: A necessidade de publicar notícias rapidamente impede uma investigação detalhada e rigorosa.
  3. Superficialidade: As reportagens tendem a ser superficiais, focando-se em factos imediatos sem explorar as causas e consequências subjacentes.

A combinação da influência das agências de comunicação e a falta de jornalistas bem preparados resulta num jornalismo que falha em cumprir o seu papel fundamental de informar o público de maneira crítica e independente. Para reverter esta tendência, é essencial investir na formação de jornalistas e promover uma cultura de investigação e análise rigorosa. Além disso, a independência editorial deve ser protegida para garantir que as notícias sejam reportadas de forma justa e imparcial.

Imagem sugerida: Uma redação de jornal com jornalistas a trabalhar em computadores, simbolizando a pressão e a falta de tempo para investigações profundas.

Impacto da Internet no Jornalismo

Difusão de Blogues e Redes Sociais

A Internet revolucionou o jornalismo, trazendo consigo a proliferação de blogues e redes sociais. Estes novos meios de comunicação democratizaram o acesso à informação, permitindo que qualquer pessoa possa publicar e partilhar notícias. Segundo um estudo da Reuters Institute, 53% dos utilizadores de Internet em Portugal consomem notícias através das redes sociais. Esta mudança alterou profundamente a dinâmica do jornalismo tradicional, que agora compete com uma multiplicidade de vozes e fontes de informação. Para mais sobre o impacto da Internet, veja Jornalismo e internet: qual o futuro da imprensa nacional?.

  • Vantagens:
    • Acesso rápido e fácil à informação
    • Diversidade de perspectivas e opiniões
    • Interatividade e feedback imediato
  • Desvantagens:
    • Proliferação de fake news
    • Falta de verificação e credibilidade
    • Saturação de informação

Dificuldade em Rentabilizar o Online

Apesar das oportunidades oferecidas pela Internet, o jornalismo enfrenta desafios significativos na rentabilização do conteúdo online. A transição do papel para o digital não foi acompanhada por um modelo de negócio sustentável. De acordo com a Associação Portuguesa de Imprensa, apenas 20% das receitas dos jornais provêm do digital. Este cenário cria uma dependência perigosa da publicidade, que muitas vezes compromete a independência editorial.

  1. Modelos de Rentabilização:
    1. Subscrições e paywalls
    2. Publicidade nativa e patrocinada
    3. Doações e crowdfunding
  2. Desafios:
    • Resistência dos leitores a pagar por conteúdo
    • Concorrência com plataformas gratuitas
    • Diminuição das receitas publicitárias

Apego ao Suporte Papel

O apego ao suporte papel é outro obstáculo que o jornalismo enfrenta na era digital. Muitos meios de comunicação ainda investem significativamente na impressão, apesar da queda nas vendas e assinaturas. Este apego ao papel impede uma adaptação completa ao ambiente digital, limitando a inovação e a exploração de novas formas de contar histórias. Para mais sobre a convivência entre o digital e o papel, veja Jornais Online: A Convivência Feliz com o Jornal Papel.

  • Razões para o Apego:
    • Tradição e prestígio associados ao papel
    • Público-alvo mais velho e conservador
    • Receitas ainda significativas de assinaturas impressas
  • Consequências:
    • Dificuldade em atrair leitores mais jovens
    • Custos elevados de produção e distribuição
    • Menor flexibilidade e rapidez na publicação de notícias

Em suma, a Internet trouxe tanto desafios quanto oportunidades para o jornalismo. A difusão de blogues e redes sociais democratizou a informação, mas também trouxe problemas de credibilidade. A rentabilização do conteúdo online continua a ser um desafio, e o apego ao suporte papel impede uma adaptação completa ao digital. Para prosperar, o jornalismo precisa de encontrar um equilíbrio entre tradição e inovação.

O jornalismo actual em Portugal está a passar um mau bocado

Presença de pseudo-jornalistas

O jornalismo em Portugal enfrenta desafios significativos, um dos quais é a proliferação de pseudo-jornalistas. Estes indivíduos, muitas vezes sem formação adequada ou experiência relevante, ocupam posições de destaque nos meios de comunicação. A sua ascensão meteórica deve-se, em grande parte, a interesses externos que os colocam estrategicamente para moldar a opinião pública.

  • Falta de formação: Muitos destes pseudo-jornalistas não possuem a formação necessária para exercer a profissão com rigor e ética.
  • Ascensão meteórica: A rapidez com que alcançam posições de destaque levanta questões sobre os critérios de seleção nos meios de comunicação.
  • Influência externa: A sua presença é frequentemente resultado de pressões externas, sejam elas políticas, económicas ou ideológicas.

Influência de lobbies e empresas

A influência de lobbies e empresas nos meios de comunicação é outra questão crítica. Estes grupos utilizam os meios de comunicação para promover os seus interesses, muitas vezes em detrimento da verdade e da imparcialidade jornalística.

  1. Lobbies políticos: Grupos políticos utilizam os meios de comunicação para promover as suas agendas e influenciar a opinião pública.
  2. Empresas: Grandes corporações financiam meios de comunicação para garantir uma cobertura favorável dos seus negócios e práticas.
  3. Impacto na imparcialidade: Esta influência compromete a imparcialidade e a integridade do jornalismo, transformando-o numa ferramenta de propaganda.

Objetivos políticos, económicos, ideológicos e desportivos

Os objetivos por trás da manipulação dos meios de comunicação são variados e abrangem várias áreas da sociedade.

  • Políticos: Manipulação da opinião pública para favorecer determinados partidos ou políticas.
  • Económicos: Promoção de interesses empresariais e comerciais.
  • Ideológicos: Disseminação de ideologias específicas para moldar a visão do público.
  • Desportivos: Influência na cobertura de eventos desportivos para beneficiar certos clubes ou atletas.

A situação atual do jornalismo em Portugal é preocupante. A presença de pseudo-jornalistas, a influência de lobbies e empresas, e os objetivos políticos, económicos, ideológicos e desportivos comprometem a integridade e a qualidade da informação. Para reverter este cenário, é essencial promover uma formação rigorosa para os jornalistas, garantir a independência dos meios de comunicação e fomentar uma cultura de ética e responsabilidade.

Os novos suportes e o êxodo de profissionais competentes contribuiu para este estado

Miguel Relvas da comunicação social

A expressão “Miguel Relvas da comunicação social” refere-se a indivíduos que, tal como o político português, utilizam a comunicação para fins estratégicos e pessoais. Estes pseudo-jornalistas, muitas vezes com carreiras meteóricas, são colocados em posições de destaque por influência de lobbies e empresas. A sua missão é clara: moldar a opinião pública de acordo com interesses específicos, sejam eles políticos, económicos, ideológicos ou desportivos. Este fenómeno tem contribuído significativamente para a degradação do jornalismo em Portugal.

Implosão do jornalismo

A combinação de novos suportes digitais e a saída de profissionais competentes tem levado à implosão do jornalismo tradicional. A transição para o digital não foi acompanhada por uma adaptação adequada dos meios de comunicação. Muitos jornais e revistas ainda estão presos ao modelo de rentabilidade do papel, enquanto lutam para encontrar formas eficazes de monetizar o conteúdo online. Este desajuste tem resultado em:

  1. Redução da qualidade do conteúdo jornalístico.
  2. Aumento da dependência de publicidade e patrocínios.
  3. Diminuição da independência editorial.

Substituição por conteúdos e comunicação

Com a crise no jornalismo tradicional, assistimos a uma substituição gradual de notícias por “conteúdos” e “comunicação”. Esta mudança tem várias implicações:

  • Perda de espírito crítico: Os conteúdos são frequentemente produzidos para agradar a audiências específicas, sem a profundidade e análise que caracterizam o jornalismo de qualidade.
  • Estereotipação da informação: A comunicação torna-se amorfa e padronizada, sem acrescentar valor ou promover o pensamento crítico.
  • Influência de interesses externos: A produção de conteúdos é muitas vezes influenciada por interesses comerciais e políticos, comprometendo a imparcialidade e a integridade jornalística.

Para reverter esta tendência, é crucial que o jornalismo recupere a sua essência, focando-se na investigação rigorosa e na análise crítica. A formação de novos jornalistas deve ser reforçada, garantindo que saiam das faculdades com uma sólida base de cultura geral e ética profissional. Além disso, os meios de comunicação devem encontrar formas inovadoras de rentabilizar o conteúdo digital, sem comprometer a qualidade e a independência editorial.

O futuro parece não trazer nada de bom relativamente ao jornalismo português

Falta de preparação dos novos jornalistas

A formação dos novos jornalistas em Portugal enfrenta desafios significativos. Muitos recém-formados saem das universidades sem a preparação adequada para enfrentar as exigências do mercado. A falta de cultura geral e a ausência de habilidades críticas são preocupantes. Estes jovens profissionais, muitas vezes, acreditam que sabem tudo, mas carecem de experiência prática e humildade para reconhecer suas limitações.

  • Principais problemas na formação:
    • Insuficiência de cultura geral
    • Falta de habilidades críticas
    • Ausência de experiência prática

Necessidade de mudança de paradigma

Para que o jornalismo português recupere sua relevância e qualidade, é essencial uma mudança de paradigma. O jornalismo deve voltar a ser um espelho da sociedade, refletindo suas complexidades e desafios. Isso implica uma transformação profunda na forma como as notícias são produzidas e consumidas.

  1. Revalorização do jornalismo investigativo:
    • Incentivar reportagens aprofundadas
    • Promover a análise crítica dos fatos
  2. Adaptação aos novos meios digitais:
    • Encontrar formas de rentabilizar o conteúdo online
    • Utilizar as redes sociais de maneira ética e responsável
  3. Formação contínua dos profissionais:
    • Oferecer programas de atualização e especialização
    • Incentivar a troca de experiências entre jornalistas veteranos e novatos

Consequências de uma comunicação estereotipada

A comunicação estereotipada e amorfa tem consequências graves para a sociedade. Quando o jornalismo se limita a reproduzir conteúdos padronizados, perde-se a capacidade de questionar e de entender os porquês por trás das notícias. Isso resulta em uma população menos informada e menos crítica.

  • Impactos negativos:
    • Redução da capacidade de questionamento
    • Homogeneização da informação
    • Diminuição da diversidade de opiniões

Para evitar esses efeitos, é crucial que o jornalismo recupere seu papel de mediador crítico e independente. A sociedade precisa de jornalistas que investiguem, questionem e desafiem o status quo, contribuindo para uma democracia mais saudável e informada.

Em resumo, o futuro do jornalismo português depende de uma reavaliação profunda de suas práticas e valores. A formação adequada dos novos jornalistas, a adaptação aos meios digitais e a rejeição da comunicação estereotipada são passos essenciais para garantir um jornalismo de qualidade e relevância.

Conclusões

Resumo das principais ideias

O estado atual do jornalismo português enfrenta desafios significativos. A influência das agências de comunicação e a falta de jornalistas com capacidade crítica têm prejudicado a qualidade da informação. A difusão da Internet, com blogues e redes sociais, trouxe dificuldades na rentabilização do online e um apego ao suporte papel. Além disso, a presença de pseudo-jornalistas, influenciados por lobbies e empresas, tem direcionado a opinião pública para objetivos específicos, sejam eles políticos, económicos, ideológicos ou desportivos. A formação inadequada dos novos jornalistas e a falta de humildade para reconhecer suas limitações também contribuem para um futuro incerto do jornalismo em Portugal.

Possíveis soluções e mudanças necessárias

Para reverter este cenário, algumas soluções e mudanças são essenciais:

  1. Revalorização do jornalismo crítico:
    • Incentivar a formação contínua dos jornalistas.
    • Promover a independência editorial.
  2. Adaptação ao meio digital:
    • Desenvolver modelos de negócio sustentáveis para o jornalismo online.
    • Investir em tecnologias que melhorem a experiência do leitor.
  3. Transparência e ética:
    • Implementar códigos de conduta rigorosos.
    • Garantir a transparência nas relações entre jornalistas e fontes.
  4. Educação e formação:
    • Melhorar os currículos das faculdades de jornalismo.
    • Promover estágios e experiências práticas de qualidade.

Tabela de prós e contras

Para uma visão mais clara, apresentamos uma tabela de prós e contras das possíveis soluções:

Solução Prós Contras
Revalorização do jornalismo crítico Melhoria na qualidade da informação Necessidade de investimento em formação contínua
Adaptação ao meio

O jornalismo português perdeu o espírito crítico

Influência das agências de comunicação

O jornalismo português tem sido fortemente influenciado pelas agências de comunicação, resultando numa perda significativa do seu espírito crítico. Estas agências, com agendas bem definidas, muitas vezes ditam o que é noticiado e como é apresentado ao público. Segundo um estudo da Universidade de Lisboa, cerca de 70% das notícias publicadas em jornais nacionais têm origem em comunicados de imprensa de agências de comunicação. Esta dependência cria um ambiente onde a informação é filtrada e manipulada para servir interesses específicos, sejam eles políticos, económicos ou ideológicos. Para mais detalhes sobre a influência das agências de comunicação, veja Meios de comunicação social? Só se for de nome….

  • Manipulação da informação: As agências de comunicação frequentemente moldam as notícias para favorecer os seus clientes.
  • Perda de independência: Os jornalistas tornam-se dependentes das agências para obter informações, comprometendo a sua capacidade de investigação independente.
  • Agenda oculta: Muitas vezes, as notícias são publicadas com segundas intenções, sem que o público tenha consciência disso.

Falta de jornalistas com capacidade de análise

Outro fator que contribui para a perda do espírito crítico no jornalismo português é a falta de jornalistas com capacidade de análise. A formação inadequada e a pressão para produzir conteúdo rapidamente resultam em reportagens superficiais e pouco investigativas. De acordo com a Associação Portuguesa de Jornalismo, apenas 30% dos jornalistas em atividade possuem formação específica na área. Para mais informações sobre a formação dos jornalistas, consulte Deontologia do jornalista – jura que não faz metajornalismo?.

  1. Formação inadequada: Muitos jornalistas entram no mercado de trabalho sem a preparação necessária para realizar análises profundas e críticas.
  2. Pressão por rapidez: A necessidade de publicar notícias rapidamente impede uma investigação detalhada e rigorosa.
  3. Superficialidade: As reportagens tendem a ser superficiais, focando-se em factos imediatos sem explorar as causas e consequências subjacentes.

A combinação da influência das agências de comunicação e a falta de jornalistas bem preparados resulta num jornalismo que falha em cumprir o seu papel fundamental de informar o público de maneira crítica e independente. Para reverter esta tendência, é essencial investir na formação de jornalistas e promover uma cultura de investigação e análise rigorosa. Além disso, a independência editorial deve ser protegida para garantir que as notícias sejam reportadas de forma justa e imparcial.

Imagem sugerida: Uma redação de jornal com jornalistas a trabalhar em computadores, simbolizando a pressão e a falta de tempo para investigações profundas.

Impacto da Internet no Jornalismo

Difusão de Blogues e Redes Sociais

A Internet revolucionou o jornalismo, trazendo consigo a proliferação de blogues e redes sociais. Estes novos meios de comunicação democratizaram o acesso à informação, permitindo que qualquer pessoa possa publicar e partilhar notícias. Segundo um estudo da Reuters Institute, 53% dos utilizadores de Internet em Portugal consomem notícias através das redes sociais. Esta mudança alterou profundamente a dinâmica do jornalismo tradicional, que agora compete com uma multiplicidade de vozes e fontes de informação. Para mais sobre o impacto da Internet, veja Jornalismo e internet: qual o futuro da imprensa nacional?.

  • Vantagens:
    • Acesso rápido e fácil à informação
    • Diversidade de perspectivas e opiniões
    • Interatividade e feedback imediato
  • Desvantagens:
    • Proliferação de fake news
    • Falta de verificação e credibilidade
    • Saturação de informação

Dificuldade em Rentabilizar o Online

Apesar das oportunidades oferecidas pela Internet, o jornalismo enfrenta desafios significativos na rentabilização do conteúdo online. A transição do papel para o digital não foi acompanhada por um modelo de negócio sustentável. De acordo com a Associação Portuguesa de Imprensa, apenas 20% das receitas dos jornais provêm do digital. Este cenário cria uma dependência perigosa da publicidade, que muitas vezes compromete a independência editorial.

  1. Modelos de Rentabilização:
    1. Subscrições e paywalls
    2. Publicidade nativa e patrocinada
    3. Doações e crowdfunding
  2. Desafios:
    • Resistência dos leitores a pagar por conteúdo
    • Concorrência com plataformas gratuitas
    • Diminuição das receitas publicitárias

Apego ao Suporte Papel

O apego ao suporte papel é outro obstáculo que o jornalismo enfrenta na era digital. Muitos meios de comunicação ainda investem significativamente na impressão, apesar da queda nas vendas e assinaturas. Este apego ao papel impede uma adaptação completa ao ambiente digital, limitando a inovação e a exploração de novas formas de contar histórias. Para mais sobre a convivência entre o digital e o papel, veja Jornais Online: A Convivência Feliz com o Jornal Papel.

  • Razões para o Apego:
    • Tradição e prestígio associados ao papel
    • Público-alvo mais velho e conservador
    • Receitas ainda significativas de assinaturas impressas
  • Consequências:
    • Dificuldade em atrair leitores mais jovens
    • Custos elevados de produção e distribuição
    • Menor flexibilidade e rapidez na publicação de notícias

Em suma, a Internet trouxe tanto desafios quanto oportunidades para o jornalismo. A difusão de blogues e redes sociais democratizou a informação, mas também trouxe problemas de credibilidade. A rentabilização do conteúdo online continua a ser um desafio, e o apego ao suporte papel impede uma adaptação completa ao digital. Para prosperar, o jornalismo precisa de encontrar um equilíbrio entre tradição e inovação.

O jornalismo actual em Portugal está a passar um mau bocado

Presença de pseudo-jornalistas

O jornalismo em Portugal enfrenta desafios significativos, um dos quais é a proliferação de pseudo-jornalistas. Estes indivíduos, muitas vezes sem formação adequada ou experiência relevante, ocupam posições de destaque nos meios de comunicação. A sua ascensão meteórica deve-se, em grande parte, a interesses externos que os colocam estrategicamente para moldar a opinião pública.

  • Falta de formação: Muitos destes pseudo-jornalistas não possuem a formação necessária para exercer a profissão com rigor e ética.
  • Ascensão meteórica: A rapidez com que alcançam posições de destaque levanta questões sobre os critérios de seleção nos meios de comunicação.
  • Influência externa: A sua presença é frequentemente resultado de pressões externas, sejam elas políticas, económicas ou ideológicas.

Influência de lobbies e empresas

A influência de lobbies e empresas nos meios de comunicação é outra questão crítica. Estes grupos utilizam os meios de comunicação para promover os seus interesses, muitas vezes em detrimento da verdade e da imparcialidade jornalística.

  1. Lobbies políticos: Grupos políticos utilizam os meios de comunicação para promover as suas agendas e influenciar a opinião pública.
  2. Empresas: Grandes corporações financiam meios de comunicação para garantir uma cobertura favorável dos seus negócios e práticas.
  3. Impacto na imparcialidade: Esta influência compromete a imparcialidade e a integridade do jornalismo, transformando-o numa ferramenta de propaganda.

Objetivos políticos, económicos, ideológicos e desportivos

Os objetivos por trás da manipulação dos meios de comunicação são variados e abrangem várias áreas da sociedade.

  • Políticos: Manipulação da opinião pública para favorecer determinados partidos ou políticas.
  • Económicos: Promoção de interesses empresariais e comerciais.
  • Ideológicos: Disseminação de ideologias específicas para moldar a visão do público.
  • Desportivos: Influência na cobertura de eventos desportivos para beneficiar certos clubes ou atletas.

A situação atual do jornalismo em Portugal é preocupante. A presença de pseudo-jornalistas, a influência de lobbies e empresas, e os objetivos políticos, económicos, ideológicos e desportivos comprometem a integridade e a qualidade da informação. Para reverter este cenário, é essencial promover uma formação rigorosa para os jornalistas, garantir a independência dos meios de comunicação e fomentar uma cultura de ética e responsabilidade.

Os novos suportes e o êxodo de profissionais competentes contribuiu para este estado

Miguel Relvas da comunicação social

A expressão “Miguel Relvas da comunicação social” refere-se a indivíduos que, tal como o político português, utilizam a comunicação para fins estratégicos e pessoais. Estes pseudo-jornalistas, muitas vezes com carreiras meteóricas, são colocados em posições de destaque por influência de lobbies e empresas. A sua missão é clara: moldar a opinião pública de acordo com interesses específicos, sejam eles políticos, económicos, ideológicos ou desportivos. Este fenómeno tem contribuído significativamente para a degradação do jornalismo em Portugal.

Implosão do jornalismo

A combinação de novos suportes digitais e a saída de profissionais competentes tem levado à implosão do jornalismo tradicional. A transição para o digital não foi acompanhada por uma adaptação adequada dos meios de comunicação. Muitos jornais e revistas ainda estão presos ao modelo de rentabilidade do papel, enquanto lutam para encontrar formas eficazes de monetizar o conteúdo online. Este desajuste tem resultado em:

  1. Redução da qualidade do conteúdo jornalístico.
  2. Aumento da dependência de publicidade e patrocínios.
  3. Diminuição da independência editorial.

Substituição por conteúdos e comunicação

Com a crise no jornalismo tradicional, assistimos a uma substituição gradual de notícias por “conteúdos” e “comunicação”. Esta mudança tem várias implicações:

  • Perda de espírito crítico: Os conteúdos são frequentemente produzidos para agradar a audiências específicas, sem a profundidade e análise que caracterizam o jornalismo de qualidade.
  • Estereotipação da informação: A comunicação torna-se amorfa e padronizada, sem acrescentar valor ou promover o pensamento crítico.
  • Influência de interesses externos: A produção de conteúdos é muitas vezes influenciada por interesses comerciais e políticos, comprometendo a imparcialidade e a integridade jornalística.

Para reverter esta tendência, é crucial que o jornalismo recupere a sua essência, focando-se na investigação rigorosa e na análise crítica. A formação de novos jornalistas deve ser reforçada, garantindo que saiam das faculdades com uma sólida base de cultura geral e ética profissional. Além disso, os meios de comunicação devem encontrar formas inovadoras de rentabilizar o conteúdo digital, sem comprometer a qualidade e a independência editorial.

O futuro parece não trazer nada de bom relativamente ao jornalismo português

Falta de preparação dos novos jornalistas

A formação dos novos jornalistas em Portugal enfrenta desafios significativos. Muitos recém-formados saem das universidades sem a preparação adequada para enfrentar as exigências do mercado. A falta de cultura geral e a ausência de habilidades críticas são preocupantes. Estes jovens profissionais, muitas vezes, acreditam que sabem tudo, mas carecem de experiência prática e humildade para reconhecer suas limitações.

  • Principais problemas na formação:
    • Insuficiência de cultura geral
    • Falta de habilidades críticas
    • Ausência de experiência prática

Necessidade de mudança de paradigma

Para que o jornalismo português recupere sua relevância e qualidade, é essencial uma mudança de paradigma. O jornalismo deve voltar a ser um espelho da sociedade, refletindo suas complexidades e desafios. Isso implica uma transformação profunda na forma como as notícias são produzidas e consumidas.

  1. Revalorização do jornalismo investigativo:
    • Incentivar reportagens aprofundadas
    • Promover a análise crítica dos fatos
  2. Adaptação aos novos meios digitais:
    • Encontrar formas de rentabilizar o conteúdo online
    • Utilizar as redes sociais de maneira ética e responsável
  3. Formação contínua dos profissionais:
    • Oferecer programas de atualização e especialização
    • Incentivar a troca de experiências entre jornalistas veteranos e novatos

Consequências de uma comunicação estereotipada

A comunicação estereotipada e amorfa tem consequências graves para a sociedade. Quando o jornalismo se limita a reproduzir conteúdos padronizados, perde-se a capacidade de questionar e de entender os porquês por trás das notícias. Isso resulta em uma população menos informada e menos crítica.

  • Impactos negativos:
    • Redução da capacidade de questionamento
    • Homogeneização da informação
    • Diminuição da diversidade de opiniões

Para evitar esses efeitos, é crucial que o jornalismo recupere seu papel de mediador crítico e independente. A sociedade precisa de jornalistas que investiguem, questionem e desafiem o status quo, contribuindo para uma democracia mais saudável e informada.

Em resumo, o futuro do jornalismo português depende de uma reavaliação profunda de suas práticas e valores. A formação adequada dos novos jornalistas, a adaptação aos meios digitais e a rejeição da comunicação estereotipada são passos essenciais para garantir um jornalismo de qualidade e relevância.

Conclusões

Resumo das principais ideias

O estado atual do jornalismo português enfrenta desafios significativos. A influência das agências de comunicação e a falta de jornalistas com capacidade crítica têm prejudicado a qualidade da informação. A difusão da Internet, com blogues e redes sociais, trouxe dificuldades na rentabilização do online e um apego ao suporte papel. Além disso, a presença de pseudo-jornalistas, influenciados por lobbies e empresas, tem direcionado a opinião pública para objetivos específicos, sejam eles políticos, económicos, ideológicos ou desportivos. A formação inadequada dos novos jornalistas e a falta de humildade para reconhecer suas limitações também contribuem para um futuro incerto do jornalismo em Portugal.

Possíveis soluções e mudanças necessárias

Para reverter este cenário, algumas soluções e mudanças são essenciais:

  1. Revalorização do jornalismo crítico:
    • Incentivar a formação contínua dos jornalistas.
    • Promover a independência editorial.
  2. Adaptação ao meio digital:
    • Desenvolver modelos de negócio sustentáveis para o jornalismo online.
    • Investir em tecnologias que melhorem a experiência do leitor.
  3. Transparência e ética:
    • Implementar códigos de conduta rigorosos.
    • Garantir a transparência nas relações entre jornalistas e fontes.
  4. Educação e formação:
    • Melhorar os currículos das faculdades de jornalismo.
    • Promover estágios e experiências práticas de qualidade.

Tabela de prós e contras

Para uma visão mais clara, apresentamos uma tabela de prós e contras das possíveis soluções:

Solução Prós Contras
Revalorização do jornalismo crítico Melhoria na qualidade da informação Necessidade de investimento em formação contínua
Adaptação ao meio digital Maior alcance e interação com o público Dificuldade em encontrar modelos de negócio rentáveis
Transparência e ética Aumento da confiança do público Implementação e monitorização podem ser desafiadoras
Educação e formação Formação de jornalistas mais preparados e críticos Mudanças curriculares podem demorar a ser implementadas

Imagem sugerida: Uma sala de aula universitária com estudantes de jornalismo em formação, simbolizando a importância da educação e formação contínua.

Em suma, o jornalismo português precisa de uma transformação profunda para recuperar sua relevância e credibilidade. A adoção dessas soluções pode ser o caminho para um futuro mais promissor, onde a informação de qualidade prevaleça e a sociedade se beneficie de um jornalismo verdadeiramente independente e crítico.

Perguntas Frequentes

Qual é o impacto das agências de comunicação no jornalismo português?

As agências de comunicação influenciam significativamente o jornalismo português, resultando numa perda do espírito crítico. Cerca de 70% das notícias publicadas em jornais nacionais têm origem em comunicados de imprensa de agências de comunicação, segundo um estudo da Universidade de Lisboa.

Por que há uma falta de jornalistas com capacidade de análise em Portugal?

A falta de jornalistas com capacidade de análise deve-se à formação inadequada e à pressão para produzir conteúdo rapidamente. Apenas 30% dos jornalistas em atividade possuem formação específica na área, de acordo com a Associação Portuguesa de Jornalismo.

Como a Internet afetou o jornalismo tradicional em Portugal?

A Internet trouxe tanto desafios quanto oportunidades para o jornalismo. A difusão de blogues e redes sociais democratizou a informação, mas também trouxe problemas de credibilidade e dificuldades na rentabilização do conteúdo online.

Quais são os principais desafios na rentabilização do conteúdo online?

Os principais desafios incluem a resistência dos leitores a pagar por conteúdo, a concorrência com plataformas gratuitas e a diminuição das receitas publicitárias. Apenas 20% das receitas dos jornais provêm do digital, segundo a Associação Portuguesa de Imprensa.

O que significa a expressão “Miguel Relvas da comunicação social”?

A expressão refere-se a indivíduos que utilizam a comunicação para fins estratégicos e pessoais, muitas vezes colocados em posições de destaque por influência de lobbies e empresas, moldando a opinião pública de acordo com interesses específicos.

Quais são as consequências da comunicação estereotipada?

A comunicação estereotipada resulta em uma população menos informada e menos crítica, reduzindo a capacidade de questionamento e homogeneizando a informação. Isso compromete a diversidade de opiniões e a qualidade do jornalismo.

Como pode o jornalismo português recuperar sua relevância e qualidade?

Para recuperar sua relevância e qualidade, o jornalismo português precisa revalorizar o jornalismo crítico, adaptar-se ao meio digital, promover a transparência e ética, e melhorar a educação e formação dos jornalistas.

Quais são as vantagens e desvantagens da adaptação ao meio digital?

As vantagens incluem maior alcance e interação com o público, enquanto as desvantagens envolvem a dificuldade em encontrar modelos de negócio rentáveis. A adaptação ao digital é essencial para a sobrevivência do jornalismo moderno.

Por que é importante a formação contínua dos jornalistas?

A formação contínua é crucial para garantir que os jornalistas estejam sempre atualizados e preparados para enfrentar os desafios do mercado. Isso inclui programas de atualização e especialização, além da troca de experiências entre jornalistas veteranos e novatos.

Como a transparência e a ética podem melhorar o jornalismo português?

A transparência e a ética aumentam a confiança do público e garantem a integridade do jornalismo. Implementar códigos de conduta rigorosos e garantir a transparência nas relações entre jornalistas e fontes são passos essenciais para um jornalismo de qualidade.

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Meios de comunicação social? Só se for de nome…

14 de Setembro de 2019 by Ricardo Lopes Leave a Comment

A morte dos meios de comunicação social em Portugal

Problemas financeiros e apatia

Os meios de comunicação social em Portugal enfrentam uma crise sem precedentes, marcada por problemas financeiros profundos e uma apatia generalizada. A queda abrupta dos preços da publicidade e os consequentes cortes de pessoal deixaram muitas redações em dificuldades. Segundo um estudo da Associação Portuguesa de Imprensa, mais de 30% dos jornais locais fecharam nos últimos cinco anos devido à falta de recursos financeiros.

Esta situação levou a uma perda significativa da capacidade de interpretar e analisar o mundo. Em vez de cumprir a sua função de informar e educar o público, muitos meios de comunicação social tornaram-se meros reprodutores de conteúdos sem profundidade. A crise financeira transformou-se, assim, numa crise de identidade e propósito.

Dependência de estagiários e press releases

A dependência excessiva de estagiários e press releases é outro problema grave. As redações estão inundadas de estagiários, muitos dos quais acreditam que já sabem tudo após um mês de trabalho. Esta falta de experiência e orientação resulta numa cobertura superficial e pouco crítica dos acontecimentos.

  • Estagiários: Falta de experiência e orientação
  • Press releases: Reproduzidos sem verificação ou análise crítica

Os jornalistas, pressionados pelo tempo e pela falta de recursos, acabam por “picar” press releases da Lusa e “engolir” tudo o que as agências de comunicação tentam fazer passar dos seus clientes. Esta prática compromete a qualidade da informação e contribui para a desinformação do público.

Crise de funções e valores

A crise financeira e a dependência de estagiários e press releases culminaram numa crise de funções e valores. O ato de informar tornou-se leviano, funcional e amorfo. Os jornais deixaram de ter notícias para ter apenas “conteúdos”, muitas vezes sem qualquer tipo de tratamento jornalístico.

  1. Perda de análise crítica: Falta de vontade de ler nas entrelinhas e de levantar questões
  2. Difusão de notícias sem tratamento: Notícias passadas como se de meros blogues se tratassem

A verdade é que os meios de comunicação social nacionais estão uma sombra do que já foram. A falta de análise crítica e a difusão de notícias sem tratamento jornalístico são apenas alguns dos sintomas desta crise profunda. É urgente repensar o papel dos meios de comunicação social em Portugal e encontrar soluções para recuperar a sua função essencial de informar e educar o público.

Imagem sugerida: Uma redação de jornal vazia, com mesas desocupadas e computadores desligados, simbolizando a crise nos meios de comunicação social.

Os jornais deixaram de ter notícias para ter apenas «conteúdos»

Falta de análise e interpretação

Nos últimos anos, os meios de comunicação social em Portugal têm enfrentado uma transformação significativa. A análise e a interpretação, que outrora eram pilares do jornalismo, foram substituídas por uma abordagem mais superficial. Em vez de investigar e contextualizar os acontecimentos, muitos jornais limitam-se a reproduzir informações sem qualquer tipo de escrutínio crítico. Esta mudança resulta numa perda de profundidade e qualidade das notícias, comprometendo a capacidade dos leitores de compreenderem plenamente os eventos.

Exemplo da cobertura do desemprego

Um exemplo claro desta tendência é a cobertura do desemprego. Frequentemente, os meios de comunicação social divulgam números sobre a queda do desemprego sem questionar a veracidade ou as implicações desses dados. A opinião pública, influenciada por estas notícias, aceita a informação sem reservas. No entanto, vários fatores importantes são ignorados:

  1. Emigração: Muitas pessoas saem do país em busca de melhores oportunidades, o que reduz artificialmente os números do desemprego.
  2. Desempregados sem subsídio: Aqueles que deixam de receber subsídio de desemprego muitas vezes não são contabilizados.
  3. Formação e reformas antecipadas: Pessoas em formação ou que optam por reformas antecipadas também não são consideradas.

Esta falta de análise crítica impede uma compreensão realista da situação económica e social do país.

Difusão de notícias sem tratamento jornalístico

A difusão de notícias sem tratamento jornalístico é outra consequência preocupante. As redações, muitas vezes inundadas de estagiários, dedicam-se a “picar” press releases e a aceitar informações de agências de comunicação sem questionar. Este comportamento resulta em notícias que mais parecem entradas de blogues do que reportagens jornalísticas. A ausência de tratamento jornalístico adequado leva a uma informação amorfa e ineficaz, que não cumpre a função de informar de forma rigorosa e imparcial.

Consequências desta prática incluem:

  • Desinformação: Os leitores recebem informações incompletas ou enviesadas.
  • Perda de credibilidade: A confiança nos meios de comunicação social diminui.
  • Redução do debate público: A falta de análise crítica limita a discussão informada sobre questões importantes.

Em suma, a transformação dos jornais em meros veículos de “conteúdos” representa uma crise de funções e valores no jornalismo português. É essencial que os meios de comunicação social recuperem a sua missão de informar com rigor e profundidade, promovendo uma sociedade mais bem informada e crítica.

A crítica e a análise deixaram de fazer parte da agenda da maioria dos jornais

Falta de investigação sobre o desemprego

Nos últimos anos, a investigação jornalística sobre o desemprego tem sido superficial e insuficiente. Os meios de comunicação social limitam-se a reproduzir dados oficiais sem questionar a sua veracidade ou contexto. Por exemplo, quando se anuncia uma queda nas taxas de desemprego, raramente se investiga o que realmente está por trás desses números.

  • Quantas pessoas deixaram de procurar emprego?
  • Quantos emigraram em busca de melhores oportunidades?
  • Quantos estão em formação ou em programas de requalificação?

Estas questões são cruciais para uma compreensão completa do fenómeno, mas frequentemente são ignoradas.

Influência da emigração e outras variáveis

A emigração tem um impacto significativo nas estatísticas de desemprego, mas esta variável é muitas vezes negligenciada. A saída de trabalhadores para outros países pode reduzir artificialmente a taxa de desemprego, criando uma falsa sensação de melhoria económica. Além disso, outras variáveis como a cessação de subsídios de desemprego e as reformas antecipadas também influenciam os números.

  1. Emigração: Reduz a força de trabalho disponível, impactando as estatísticas.
  2. Cessação de subsídios: Pessoas que deixam de receber subsídio de desemprego podem não ser contabilizadas.
  3. Reformas antecipadas: Trabalhadores que optam por reformas antecipadas também saem das estatísticas de desemprego.

Desmontagem de mensagens propagandísticas

A falta de crítica e análise nos meios de comunicação social permite que mensagens propagandísticas se disseminem sem contestação. Quando os jornais e outros meios de comunicação aceitam e reproduzem informações sem questionar, tornam-se veículos de propaganda em vez de fontes de informação confiáveis.

  • Aceitação passiva: Reproduzir press releases sem investigação.
  • Falta de contestação: Não questionar dados oficiais ou mensagens governamentais.
  • Propagação de desinformação: Difundir informações sem verificação rigorosa.

A ausência de uma análise crítica e investigativa compromete a qualidade da informação e, por extensão, a capacidade do público de tomar decisões informadas. É essencial que os meios de comunicação social recuperem o seu papel de vigilantes da verdade, questionando e investigando para fornecer uma visão completa e precisa dos acontecimentos.

Conclusões

Resumo das principais ideias

Os meios de comunicação social em Portugal enfrentam uma crise profunda que vai além dos problemas financeiros. Esta crise é marcada por uma apatia generalizada e uma perda de funções e valores essenciais. A dependência excessiva de estagiários e press releases, juntamente com a incapacidade de lidar com o fenómeno da Internet, resultou numa queda significativa na qualidade do jornalismo.

Os jornais, outrora fontes de análise e interpretação rigorosa, transformaram-se em meros veículos de “conteúdos”. A falta de vontade de ler nas entrelinhas, de analisar e de levantar questões críticas é evidente. Um exemplo claro é a cobertura da queda do desemprego, onde os meios de comunicação social falharam em questionar os números e em investigar as causas subjacentes.

A crítica e a análise deixaram de fazer parte da agenda da maioria dos jornais. Questões importantes, como a influência da emigração e a situação dos desempregados que deixaram de receber subsídio, são frequentemente ignoradas. Esta falta de investigação e análise resulta numa informação superficial e, muitas vezes, enganosa.

Tabela de prós e contras

Para melhor compreender a situação atual dos meios de comunicação social em Portugal, apresentamos uma tabela de prós e contras:

Prós Contras
Acesso rápido à informação Dependência excessiva de press releases
Maior quantidade de conteúdos Falta de análise e interpretação
Facilidade de publicação online Crise de funções e valores
Diversidade de fontes Qualidade jornalística comprometida
Interatividade com o público Apatia e falta de investigação

Considerações Finais

A crise dos meios de comunicação social em Portugal é um problema complexo que requer uma abordagem multifacetada. É essencial que os jornalistas e as redações recuperem a sua função crítica e analítica, dedicando-se a investigar e a interpretar os acontecimentos de forma rigorosa. Só assim será possível restaurar a confiança do público e garantir que a informação difundida seja de qualidade e verdadeiramente informativa.

Imagem sugerida: Uma imagem de uma redação moderna com jornalistas trabalhando em conjunto, simbolizando a necessidade de colaboração e investigação rigorosa.

Perguntas Frequentes

Quais são os principais problemas financeiros enfrentados pelos meios de comunicação social em Portugal?

Os principais problemas financeiros incluem a queda abrupta dos preços da publicidade e os consequentes cortes de pessoal, que resultaram no encerramento de mais de 30% dos jornais locais nos últimos cinco anos.

Como a dependência de estagiários afeta a qualidade do jornalismo?

A dependência de estagiários, que muitas vezes carecem de experiência e orientação, resulta numa cobertura superficial e pouco crítica dos acontecimentos, comprometendo a qualidade da informação.

O que significa a transformação dos jornais em veículos de “conteúdos”?

Significa que os jornais deixaram de se focar na análise e interpretação rigorosa das notícias, limitando-se a reproduzir informações sem escrutínio crítico, o que resulta numa perda de profundidade e qualidade das notícias.

Como a falta de análise crítica afeta a cobertura do desemprego?

A falta de análise crítica impede uma compreensão realista da situação económica e social do país, pois os meios de comunicação social frequentemente divulgam números sobre a queda do desemprego sem questionar a veracidade ou as implicações desses dados.

Quais são as consequências da difusão de notícias sem tratamento jornalístico?

As consequências incluem desinformação, perda de credibilidade dos meios de comunicação social e redução do debate público, uma vez que a falta de análise crítica limita a discussão informada sobre questões importantes.

Como a emigração influencia as estatísticas de desemprego em Portugal?

A emigração reduz artificialmente a taxa de desemprego, criando uma falsa sensação de melhoria económica, pois a saída de trabalhadores para outros países diminui a força de trabalho disponível.

Por que é importante que os meios de comunicação social recuperem a sua função crítica e analítica?

É importante para restaurar a confiança do público e garantir que a informação difundida seja de qualidade e verdadeiramente informativa, promovendo uma sociedade mais bem informada e crítica.

Quais são os prós e contras da situação atual dos meios de comunicação social em Portugal?

Os prós incluem acesso rápido à informação, maior quantidade de conteúdos, facilidade de publicação online, diversidade de fontes e interatividade com o público. Os contras incluem dependência excessiva de press releases, falta de análise e interpretação, crise de funções e valores, qualidade jornalística comprometida e apatia e falta de investigação.

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Fotógrafo Regista Últimas Tribos e Comunidades – Before They Pass Away

2 de Setembro de 2019 by Inês Medeiros Correia de Sampaio Leave a Comment

“A pureza da humanidade é algo real . Está nas montanhas, nos campos de gelo, na selva, ao longo dos rios e dos vales, ao longo dos desertos e das praias. O mundo nunca deve esquecer o modo de como tudo era.”

Em 2009 , Jimmy Nelson completou 13 viagens, viu 44 países e encontrou e observou as últimas 29 tribos que habitam o nosso planeta. O resultado desta missão, desta confiança com os indígenas, e experiência de vida, foi o projecto Before They Pass Away (precisamente, Antes Que Eles Desapareçam). O objectivo foi testemunhar as tradições destas culturas consagradas pelo tempo, conhecer os seus cultos, e descobrir como o mundo está a ameaçar os seus modos de vida para sempre. Ao mesmo tempo, glorificar a variedade e unicidade criativa destas tribos, com as suas caras pintadas, corpos mutilados, dialectos singulares, joalharia e penteados extravagantes. Mais importante ainda, Nelson quis criar um documento fotográfico esteticamente ambicioso, um corpo de trabalho que seria um registo etnográfico insubstituível de um mundo que está desaparecendo rapidamente.

O fruto desta missão é mais que exemplares incríveis de fotografia, é uma obra que armazena e sacia os nossos olhos através da sua beleza natural, criou-se um ponto de contacto real que nos permite explorar, mesmo que superficialmente, cada tribo. É possível testemunhar a beleza genuína dos seus objectivos e nos seus laços familiares, nas suas crenças a deuses e à natureza, e na sua vontade de fazer a coisa certa temendo o momento do seu último suspiro. Seja em Papua-Nova Guiné ou no Cazaquistão, na Etiópia ou na Sibéria, as tribos são os últimos resorts de autenticidade natural. Com a ajuda do site do projecto, beforethey.com é possível desaparecer no mundo de cada tribo e deixarmo-nos cercar pelos seus conhecimentos ancestrais.
Para melhor compreendermos o lado de Jimmy Nelsons nesta aventura, apresento uma conversa informal entre Jimmy e Sergiu Naslau, repórter para o site wabbaly.com.

O que despertou a sua atenção para este projecto?

Até aos meus 7 anos de idade vivi no terceiro mundo. Mais tarde, fiz viagens para todos os cantos do planeta . Desde muito novo que estou consciente das rápidas mudanças culturais que ocorrem no nosso mundo.

Qual o propósito deste projecto? O que estava a procura?

Considero-me um mensageiro visual. Estou a tentar mostrar ao mundo desenvolvido a sua cultura perdida, e a este mundo que ficou para trás no tempo, o que ainda têm e que vale a pena ser preservado.

Como encontrou as tribos?

Tenho pesquisado sobre este assunto desde que tenho 18 anos. Livros, filmes, livrarias e na internet. Depois de saber da existência de uma tribo, contactei os locais, anos antes da minha chegada, de modo a perceber ate que ponto estas eram acessíveis a estranhos.

Como foi a sua presença e trabalho visto pelas tribos?

A maioria das tribos foram bastante acessíveis, extraordinariamente simpáticas e curiosas do porquê de ali estarmos, e de onde vínhamos. Os verdadeiros entraves foram as condições físicas, na Mongólia apanhamos – 40 graus e muitas das tribos estão localizadas em locais excessivamente remotos. As pessoas contudo, não poderiam ter sido mais hospitaleiras.

O que existe em comum entre todas estas tribos?

Um profundo e apaixonado conhecimento do ecossistema que povoam.

Complete a frase: uma imagem vale mais do que 1000 palavras porque…

… os verdadeiros pensamentos dos mensageiros visuais, tomam lugar numa outra dimensão. Eles não conhecem palavras que os descrevam.

Depois disto sugiro que dêem uma olhadela no website do projecto e que comecem a explorar as tribos. Saciem-se vocês mesmos ao ver alguns dos locais mais inóspitos do planeta.

Filed Under: OUTROS Tagged With: bares, cidades europeias, Cultura, edição, Edição de conteúdos, edição de jornais, edição de listas, edição de livros, edição de publicações periódicas, edição de revistas, excursões, férias, monumentos, passeios, turismo, viagens à volta do mundo, viajar

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