“A pureza da humanidade é algo real . Está nas montanhas, nos campos de gelo, na selva, ao longo dos rios e dos vales, ao longo dos desertos e das praias. O mundo nunca deve esquecer o modo de como tudo era.”
Em 2009 , Jimmy Nelson completou 13 viagens, viu 44 países e encontrou e observou as últimas 29 tribos que habitam o nosso planeta. O resultado desta missão, desta confiança com os indígenas, e experiência de vida, foi o projecto Before They Pass Away (precisamente, Antes Que Eles Desapareçam). O objectivo foi testemunhar as tradições destas culturas consagradas pelo tempo, conhecer os seus cultos, e descobrir como o mundo está a ameaçar os seus modos de vida para sempre. Ao mesmo tempo, glorificar a variedade e unicidade criativa destas tribos, com as suas caras pintadas, corpos mutilados, dialectos singulares, joalharia e penteados extravagantes. Mais importante ainda, Nelson quis criar um documento fotográfico esteticamente ambicioso, um corpo de trabalho que seria um registo etnográfico insubstituível de um mundo que está desaparecendo rapidamente.
O fruto desta missão é mais que exemplares incríveis de fotografia, é uma obra que armazena e sacia os nossos olhos através da sua beleza natural, criou-se um ponto de contacto real que nos permite explorar, mesmo que superficialmente, cada tribo. É possível testemunhar a beleza genuína dos seus objectivos e nos seus laços familiares, nas suas crenças a deuses e à natureza, e na sua vontade de fazer a coisa certa temendo o momento do seu último suspiro. Seja em Papua-Nova Guiné ou no Cazaquistão, na Etiópia ou na Sibéria, as tribos são os últimos resorts de autenticidade natural. Com a ajuda do site do projecto, beforethey.com é possível desaparecer no mundo de cada tribo e deixarmo-nos cercar pelos seus conhecimentos ancestrais.
Para melhor compreendermos o lado de Jimmy Nelsons nesta aventura, apresento uma conversa informal entre Jimmy e Sergiu Naslau, repórter para o site wabbaly.com.
O que despertou a sua atenção para este projecto?
Até aos meus 7 anos de idade vivi no terceiro mundo. Mais tarde, fiz viagens para todos os cantos do planeta . Desde muito novo que estou consciente das rápidas mudanças culturais que ocorrem no nosso mundo.
Qual o propósito deste projecto? O que estava a procura?
Considero-me um mensageiro visual. Estou a tentar mostrar ao mundo desenvolvido a sua cultura perdida, e a este mundo que ficou para trás no tempo, o que ainda têm e que vale a pena ser preservado.
Como encontrou as tribos?
Tenho pesquisado sobre este assunto desde que tenho 18 anos. Livros, filmes, livrarias e na internet. Depois de saber da existência de uma tribo, contactei os locais, anos antes da minha chegada, de modo a perceber ate que ponto estas eram acessíveis a estranhos.
Como foi a sua presença e trabalho visto pelas tribos?
A maioria das tribos foram bastante acessíveis, extraordinariamente simpáticas e curiosas do porquê de ali estarmos, e de onde vínhamos. Os verdadeiros entraves foram as condições físicas, na Mongólia apanhamos – 40 graus e muitas das tribos estão localizadas em locais excessivamente remotos. As pessoas contudo, não poderiam ter sido mais hospitaleiras.
O que existe em comum entre todas estas tribos?
Um profundo e apaixonado conhecimento do ecossistema que povoam.
Complete a frase: uma imagem vale mais do que 1000 palavras porque…
… os verdadeiros pensamentos dos mensageiros visuais, tomam lugar numa outra dimensão. Eles não conhecem palavras que os descrevam.
Depois disto sugiro que dêem uma olhadela no website do projecto e que comecem a explorar as tribos. Saciem-se vocês mesmos ao ver alguns dos locais mais inóspitos do planeta.