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Língua Afiada

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Quando a religião se sobrepõe aos direitos humanos

29 de Maio de 2020 by Mafalda Parreira Leave a Comment

Viver numa sociedade em que a religião que é praticada se sobrepõe à lei judicial e à lei dos direitos humanos, pode resultar em muitos casos em grandes atentados à vida humana. Muitas vezes não existe a consciência daquilo que se passa numa sociedade até vermos nos meios de comunicação casos que, para muitos de nós que vivemos numa sociedade moderada, são inadmissíveis. A realidade é que, muitas vezes, o que é inadmissível para algumas sociedades, para outras é o procedimento normal e correcto o que nos leva a tentar perceber a influência de cada religião nas sociedades.

E se tivesse de viver obrigatoriamente sobre as crenças de uma religião?

As Testemunhas de Jeová e as práticas médicas:

  • Transfusões de sangue:

É sempre um assunto delicado de religião versus bom senso. As Testemunhas de Jeová não aceitam transfusões de sangue pois interpretam os versículos da Bíblia Génesis 9:3-4 , Levítico 17:13-14 e Atos 15:28-29, como uma lei de Deus em que é referido que não é permitida a ingestão física de sangue. Embora a religião defenda tal posição, muitas são as opiniões que afirmam que a “ingestão de sangue fisicamente” nada tem a ver com a transfusão de sangue, o que pode levar muitas vezes a situações de vida ou de morte.

  • Transplante de órgãos e vacinação:

Também as práticas médicas tais como: transplante de órgãos e a vacinação, são vistas pelas Testemunhas de Jeová como atentados à palavra da Bíblia. A vacinação foi uma prática muito contestada no passado por esta religião. Entre os anos de 1921 e 1952, este tipo de imunização era vista por esta religião como um atentado à fé. No entanto, após 1952 a vacinação tornou-se uma questão pessoal e de consciência para cada Testemunha de Jeová. O transplante de órgãos também foi outra prática médica proibida até 1980, altura em que cada Testemunha de Jeová pôde começar a decidir por sua consciência sem ser “vítima” de um processo judicial.

  •  O uso dos soros:

O mesmo aconteceu com o uso de soros, que foram proibidos pela religião até 1974. A proveniência dos soros revelava ser do plasma sanguíneo de animais hiperimunizados, o que justificava a posição das Testemunhas de Jeová. No entanto, em 1978 passou também a ser uma decisão de consciência de cada indivíduo praticante desta religião.

  • Doação de órgãos:

A doação de órgãos foi um tema mais complicado de resolver tendo sofrido um retrocesso ao longo do tempo. Esta prática médica era uma questão de consciência pessoal antes de 1967 até que, entre 1967 e 1980, foi entendida pela religião como uma prática de canibalismo. Relativamente ao que a lei pode ou não fazer, se o paciente tiver habilitação legal e capacidade de clínica, nada pode ser feito mesmo que se trate de um caso de risco de morte e lesões irreversíveis graves, pois o paciente pode recusar o tratamento.

A religião Protestante e a contracepção:

A contracepção é outro tema que em, diversas religiões, levanta muitas polémicas. No Protestantismo a contracepção é entendida como um pecado. Esta religião fundamenta a sua posição através da interpretação de vários teólogos protestantes, que consideram os produtos contraceptivos hormonais, abortivos. Tendo em conta que o Protestantismo entende o aborto como um homicídio, este é o ponto claro para esta religião.

Os protestantes fundamentam as suas crenças nas passagens da Bíblia, tais como: as crianças são uma bênção que Deus nos dá; a descendência é uma Graça; a castração é considerada um defeito físico do corpo; o apelo na Bíblia à multiplicação; a função das mulheres darem à luz e outros mais aspectos. Portanto a contracepção, é entendida como um meio para o aborto que, segundo os Protestantes, vai contra a palavra da Bíblia segundo a sua interpretação, sendo considerada um assassínio.

A religião Islâmica na sociedade:

  • A mulher segundo a religião Islâmica:

Quando se fala em direitos humanos e em direitos das mulheres, as mulheres no Islamismo são sempre lembradas pelos piores motivos. Esta religião trata as mulheres como se fossem objetos, sendo-lhes vedados e recusados direitos e até a dignidade.

O Islamismo defende que Alá fez o Homem superior à Mulher e, por isso, este possui autoridade sobre ela para fazer o que quiser. A mulher é tida como um Ser inferior desde que nasce, em todos os aspectos, desde a inteligência à religião; em gratidão e em estatuto. No Islamismo a mulher é sujeita a casamento forçado mesmo sem ser consultada. Pode ser apenas uma de quatro esposas visto que o homem no Islão, pode ter até quatro mulheres. Além de todos estes aspetos, a brutalidade com que a lei Islâmica pune as mulheres públicamente, humilhando-as e desfigurando-as, vai contra todos os direitos humanos e das mulheres e tem levantado diversas questões.

  • As leis da Sharia:

O Islâmismo baseia-se no Corão, que prevalece sobre a Bíblia pois é entendido como a revelação final divina que Alá fez ao profeta Maomé, e na Sharia. A Sharia é um conjunto de leis religiosas provenientes de estudos Muçulmanos e que são fielmente seguidas e postas em prática por muçulmanos mais radicais. Estas leis religiosas permitem penas violentas como a amputação das mãos quando o crime é o roubo. A morte faz parte também das penas para casos de homossexualidade, mudança de religião ou questionamento do Alcorão. A ter em conta que a pena de morte é executada através de atos brutais tais como: o apedrejamento em via pública; o fuzilamento; queimaduras com ácidos e outras atrocidades. Além destas penas, a Sharia permite ainda o casamento de meninas a partir dos nove anos e a mutilação do clítoris. Em casos de violação, a Sharia proíbe que as mulheres testemunhem contra os homens. Estas são apenas algumas leis da religião Islâmica que desafiam todo o nosso sentido de Humanidade.

A religião Católica e o aborto:

  • Aborto: o pecado para a religião Católica:

A igreja Católica é contra o aborto baseando-se nas escrituras da Bíblia. Este é e será sempre um assunto polémico que opõe a igreja católica à lei judicial. As leis, relativamente ao aborto, podem variar de sociedade para sociedade e de situação para situação no entanto, para a igreja católica, o aborto é um pecado pois trata-se de um assassinio, independentemente da situação.

Cada religião tem os seus fundamentos e baseia-se na sua interpretação dos livros sagrados. Por vezes essas interpretações são sobrepostas ao bom senso daquilo que são os valores da Humanidade e acabam por cometer crimes ainda mais graves que contradizem as suas crenças.

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Estarão os videojogos a ganhar protagonismo ao cinema?

17 de Fevereiro de 2020 by Diogo Pinheiro Leave a Comment

videojogosTodos os dias temos visto notícias de que as salas de cinema têm vindo a perder espectadores. Algumas distribuidoras fecham. O avanço da tecnologia e da internet lançou a questão em torno dos downloads e do streaming online de filmes que, muitas vezes, ainda estão em exibição. Não é uma experiência comparável, mas a verdade é que em tempos de crise muitas pessoas acabam por preferir trocar o grande ecrã pelo pequeno ecrã do portátil. O cinema está a perder espectadores…

Quem começou a jogar na velhinha Mega Drive ou na Spectrum se quisermos recuar ainda mais no tempo, não consegue não parar para pensar quanto o mercado dos videojogos teve de evoluir para atingir o nível que as consolas apresentam hoje. Esta evolução tecnológica permitiu melhores gráficos, melhor jogabilidade e fazer coisas com um comando na mão que se julgariam de ficção científica. Mas há aqui um dado importante. Isto não chega. As produtoras perceberam isso e começaram a apostar na narrativa. Jogos com histórias cada vez mais imersivas ao nível das melhores obras cinematográficas têm conquistado as pessoas que buscam entretenimento. E este facto facilmente se comprova nos números das receitas monetárias.

Como exemplo flagrante podemos usar o último capítulo de Grand Theft Auto. Lançado em Setembro de 2013 após anos de produção (o capítulo anterior tinha sido entregue em 2008), a ânsia em torno do jogo da Rockstar era imensa e assim os números de vendas nos primeiros dias extravasaram recordes e expectativas. No primeiro dia, Grand Theft Auto V rendeu 800 milhões de dólares e após três dias já tinha batido a fasquia de um bilião. Estes números impressionantes conferem-lhe o estatuto de produto de entretenimento vendido mais rápido de sempre.

O caso de Grand Theft Auto V é categórico e há cada vez mais jogos a apresentarem resultados semelhantes o que faz com que a indústria dos videojogos seja cada vez mais apetecível, ao ponto de atrair actores consagrados para representar nos próprios jogos. É verdade. Em Beyond: Two Souls, lançado em 2013, Willem Dafoe e Ellen Page brilham ao dar literalmente o corpo aos protagonistas. O enredo é baseado em questões sérias como aquilo que está para além da morte e para garantir que a temática não era abordada de ânimo leve, o guião tinha mais de 2000 páginas! E há que reafirmar: Willem Dafoe e Ellen Page não são dois simples actores.

Como já dizia o outro, “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” e os hábitos de entretenimento da sociedade têm vindo a ser alterados. Os preços do cinema, os downloads de filmes (ilegais ou não) e a crença mais ou menos generalizada de que o cinema tem vindo a perder qualidade abriram uma janela de oportunidade para o crescimento de outras indústrias de entretenimento. A evolução e interactividade dos videojogos conquistou as massas e parece não desarmar.

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“Entrevistas no Centro do Mundo” de Henrique Cymerman

7 de Novembro de 2019 by Sónia Vieira Leave a Comment

A minha ida ao Médio Oriente resultou de uma vontade intrínseca de querer estar no “centro do mundo“. Sim, no centro do mundo!

Há já algum tempo que esse desejo crescia de forma desmesurada, mas consistente e sólida. Ainda que não o possa desligar da minha vertente histórica, esse bicho que me “rói” a alma, esse anseio teve a ver com a minha vocação para uma busca incansável do “metasocial”.

Talvez não se trate tanto de uma questão filantrópica, mas antes de uma conversão ao puramente social. Sim, eu sou um bicho altamente socializante e comungo em plenitude da filosofia aristotélica de que a sociabilidade faz parte da natureza humana e que necessitamos tanto dela, como de ar para respirar.

Não que eu tivesse pretensão de conseguir “sociabilizar” com israelitas e palestinianos, mas a minha curiosidade em saber mais e melhor sobre a “sociabilidade” no centro do mundo, onde a paz não tem morada, era sem dúvida tão trivial como incomensurável.

Não me enganei, ali era mesmo o centro do mundo! O epicentro de crenças, vontades, desejos, coragem e resistência como nunca antes tinha visto!

Uma viagem aos dois lados de um mesmo mundo…

entrevistas-no-centro-do-mundoNuma cidade como tantas outras, Telavive, o sol que raiva às 6h da manhã era um tanto mais forte do que noutras cidades e adivinhava um dia capaz torrar qualquer alminha mais desprevenida.

Jerusalém, ali mesmo no centro do mundo, pareceu-me uma cidade convidativa e hospitaleira, mas prenhe de movimento, com muitos rostos e muita vida por desvendar!

Falar de Jerusalém não é fácil. Podia ser uma cidade como tantas outras que existem no mundo, mas não é!

Ali, muita história aconteceu e acontece! Ali tudo era rápido e cheio de incertezas, mas também cheio de equilíbrio e consistência. É difícil descrever, muito difícil!

Alia, sente-se a latência de um povo em sobressalto, mas também em harmonia com a vida, agradecido com a dádiva conquistada.

Do outro lado, do lado de lá do muro, de uma fronteira construída sobre o ódio e o sofrimento, sobre a angústia e o medo, outros sofrem a mesma dor, abraçados a outra crença, a outra voz…

Ali, no centro do mundo, não há meias medidas, é tudo ou o quase nada!

Coragem e temor em ambos os lados do muro!

Henrique Cymerman não poderia ter escolhido melhor título para mostrar ao mundo o brilhante trabalho que tem vindo a fazer como jornalista, no local mais periclitante do mundo!

Foi com enorme surpresa e agrado que comecei a ler as suas entrevistas, realizadas no centro do mundo. Para além de uma escrita jornalística de enorme qualidade e distinção, a obra dá-nos uma visão clara, isenta e imune aos sentimentos (tão difíceis de conter!) sobre o conflito israelo-árabe.

Para o leitor que desejar perscrutar com maior acuidade os movimentos, valores e pretensões no Médio Oriente, onde não é possível dormir e acordar completamente descansado, esta é sem dúvida uma obra obrigatória.

A capa do terrorismo, o pavor da denúncia, a incerteza do improvável, a esperança de um amanhã de paz e sossego, a verdade incontida nas palavras andam de braços dados com uma vida de amor ao próximo e de uma coragem desmedida, em ambos os lados do muro!

Vale a pena ler!

Fonte da imagem

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