Ter ou não ter conteúdo jornalístico é a questão e o Governo quer clarificar o trabalho desenvolvido pelas TV regionais e locais em Portugal. Este é um assunto tratado pelo site Público.
Quais são os órgãos de comunicação social (OCS) que têm, ou não, conteúdos jornalísticos – querem aferir
“Precisamos de perceber melhor que projectos são verdadeiramente jornalísticos, que televisões ditas locais é que são verdadeiros OCS e, por isso, precisamos de encontrar mecanismos de definição do que são televisões locais, do que são OCS e das condições que necessitam para poderem operar”, é uma afirmação do Secretário de Estado que refere ainda que a questão da regulamentação deste sector surgiu quando começou a preparar o novo regime de incentivos à comunicação social local e regional.
Referindo-se às televisões locais e regionais, Pedro Lomba indicou que existem “muitas situações diferentes: web TV, televisões detidas por autarquias, televisões que estão no cabo e televisões que produzem conteúdos locais embora estejam registadas enquanto órgãos nacionais”.
No evento realizado para este efeito de abordagem do conteúdo jornalístico, intervenientes reforçaram estar o país, nesta matéria, um pouco como estavam as rádios piratas. É, por isso, importante definir o que é profissionalmente uma televisão local para que haja aceitação profissional e se criem regras como existem para os jornais e as televisões.
No encontro, os representantes das televisões locais tentaram também sensibilizar o secretário de Estado para a importância do conteúdo jornalístico no que concerne aos conteúdos de vídeo que são produzidos, já que não faltam outros produtos de vídeo, divulgados na internet, sejam considerados órgãos de comunicação social.
A solução final, tal como referiu o secretário de Estado, pode passar por várias vias, sem no entanto especificar, sendo necessário um enquadramento que não existe ainda. (Bastante elucidador, não é?) O objectivo, afirmou Pedro Lomba, é que as televisões locais que forem consideradas OCS possam receber os incentivos do Governo e deixem de ser discriminadas.
O jornal, uma referência nos Órgãos de Comunicação Social?
Apesar da concorrência de outros meios, como a televisão, e da introdução de novas tecnologias de comunicação como a Internet, o jornal permanece, não restam dúvidas, como um vigoroso instrumento de integração nos múltiplos universos que toma como referência. A sua vocação de nos informar de tudo, como se tratasse de levar ao limite todas as dimensões da presença humana no mundo, mantém-se. (Será mesmo assim em uma época de desinformação constante?)
Na verdade o fazer jornalismo constrói – ou deveria construir – um mundo possível, com o qual o homem passa a dialogar, face à sua própria incapacidade de ter acesso directo às múltiplas ocorrências do universo. Restará transformá-las em conteúdo jornalístico. Também pode entender-se, por isso, que a adesão a determinadas publicações jornalísticas, em detrimento de outras, são reveladoras do perfil dos leitores: pela eleição e pelos valores aos quais se associa.