Política e jornalismo: que abordagens alternativas existem? Como fazer jornalismo político? Alguns autores abraçam a ideia de que apenas as chamadas hard news podem ser consideradas como política já que a ciência política põe de lado outras formas de jornalismo – de noticiar o interesse humano – como os programas de entretenimento, ou o que se vai passando na internet, como contributos nas escolhas políticas dos cidadãos.
A verdade é que a ciência política limita bastante as definições sobre o que é jornalismo: política e jornalismo, ou a dimensão política do jornalismo, por desenvolver.
Partidos políticos e jornalismo
Outros autores conseguem relacionar as mudanças sociais, inclusive nos media e no jornalismo, com o enfraquecimento dos partidos políticos enquanto forças que mobilizam os cidadãos para a defesa dos seus interesses.
Mas também não explicam grande coisa, a não ser darem o exemplo das campanhas eleitorais na crescente dependência dos políticos relativamente aos media: política e jornalismo próximos mas não de mãos dadas.
Democracia, política, nas bocas do jornalismo
Diversos investigadores do século passado começaram a colocar os media no centro do novo sistema político. Questões como a liberdade de expressão ou o impacte das práticas jornalísticas no processo político são preocupações desta abordagem.
De que maneira o jornalismo afecta a democracia? A noção de que a imprensa pode existir como veículo não intencional de propaganda política e partidária e de que a agenda pública é influenciada pela agenda dos media assumem uma importância preponderante – e crescente quando o assunto é política e jornalismo.
Este argumento terá sido enriquecido por várias expressões que foram, e vão, sendo usadas:
- idade da imprensa-política (Kalb, 1992);
- media politics (Arterton, 1985);
- política mediática (Bennett et al., 1994);
- sociedade dominada pelo complexo media-política (Swanson, 1990).
Política e jornalismo
Temos, então, como pressupostos, que são também consequências, do conjunto política e jornalismo, deste novo centro no sistema político:
- em primeiro lugar os media passaram a deter posições importantes e fulcrais no campo político – especialmente a televisão e os jornais. E o que é certo é que as políticas editoriais não se regem, necessariamente, pelo interesse público;
- em segundo lugar, esta situação de destaque dos media obriga os políticos que, naturalmente, desejam atrair a atenção e o apoio dos eleitores a fazer tudo para interessar os jornalistas que, por sua vez, não estão necessariamente vocacionados para a política. Há aqui um jogo forte de interesses que é também fonte de desinteresse;
- em terceiro lugar, as estratégias políticas conduzem à profissionalização da produção e disseminação das mensagens – o que dá origem a uma complexa rede de relações entre, por um lado, políticos e conselheiros de comunicação e, por outro, os jornalistas.
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