Jornalismo online, internet, tecnologia, evolução: está tudo ligado com a transformação dos meios de comunicação. A rotativa, o off-set e a paginação electrónica alteraram a imprensa; O DAB, o RDS e o transístor alteraram a rádio; a interactividade, a alta definição, os sistemas digitais e as relações com a informática e as telecomunicações modificaram a televisão.
O jornalismo online surge, então, como uma forma complementar ao jornalismo tradicional. Mais: obriga-o a adaptar-se constantemente! É a mediomorfose de Roger Fidler do jornalismo do futuro. E isto em 1997!
Um único suporte: a internet
Na actualidade a Internet é o grande motor de convergência dos meios de comunicação, o grande suporte de todos eles, possibilitando aos jornais incorporarem recursos que antes eram exclusivos das rádios e televisões.
E não modificam a sua essência, atenção, já que o texto mantém-se como o principal suporte da informação. Viva o texto!
Não há concorrência entre o jornalismo online e o tradicional jornalismo de papel. Há, isso sim, complementaridade. Tudo isto que digo é resultado de estudos que até comprovam que muitas vezes o leitor do jornalismo online vai às bancas comprar o jornal pelo interesse que o jornal da internet lhe despertou.
Isto faz do jornalismo online um monstro – mas um monstro de conhecimento e partilha!
Qual é a grande inovação do jornalismo online?
Repare, não é apenas o acesso aos conteúdos que constituem uma novidade no jornalismo online: a possibilidade de interagir com eles, sim. Como? Através de motores de busca e da navegação; através da possibilidade de interagir com os jornalistas; através do e-mail esse grande milagre da correspondência; através da participação em fóruns de discussão propostos pelo jornal; através das caixas de comentários e da partilha nas redes sociais.
O que caracteriza exactamente o jornalismo online?
- a interactividade entre o leitor e o jornalista;
- o hipertexto na possibilidade de se estabelecerem ligações sucessivas entre textos e outros registos, uma individualização da informação;
- a hipermédia: conteúdos escritos, sonoros e imagéticos tudo junto e unido;
- a glocalidade, ou seja, a produção local porém de alcance mundial;
- a personalização: o leitor interage sobre a forma e o conteúdo do jornal como, quando e o que quer;
- instantaneidade, ou seja, as notícias podem ser transmitidas no momento em que são finalizadas ou em directo;
- a apetência pela profundidade através da navegabilidade pelas hiperligações;
Mas também existem dificuldades no jornalismo online!, nomeadamente pela questão do enviesamento da informação pelo descontrolo da mensagem inicialmente produzida. Veja bem: se o hipertexto permite que o leitor ande por aí a navegar personalizando a informação, também não há garantia de que o que está a receber e a perceber, como mensagem, é mesmo o que se está a querer emitir. Mas isto será tema para outras e novas conversas.
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