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Jornalismo em decadência: afinal de quem é a culpa?

IMPRENSA ESCRITA | 26 de October, 2019

LEITURA | 4 MIN

Que o jornalismo em Portugal perdeu a sua essência já todos sabemos, mas a dúvida que perdura é só uma: a quem atribuir a culpa de tal feito? Poderiam existir inúmeras respostas para uma simples pergunta, mas se formos analisar bem a situação da comunicação social local e regional, chegamos à conclusão que o jornalista aderiu à velha máxima, em que “meio mundo quer enganar o outro meio mundo”.

Perante esta triste realidade, é o próprio jornalista que tem vindo a acabar com a credibilidade dos meios de comunicação locais, regionais e nacionais.

Primeiro jornal online em Portugal

Parece que foi ontem, mas já se passaram dezasseis anos desde o surgimento do primeiro semanário exclusivamente online em Portugal, o jornal Setúbal na Rede. Inicialmente, este superou o número de visitas espectáveis e empregava vários profissionais de comunicação, entre jornalistas, publicitários e gestores de conteúdos.

No ano em que comemorou uma década de existência, a situação já não era a mesma. A redação tinha capacidade para assegurar os serviços mínimos, e numa entrevista ao jornalista Luís Bonixe, o diretor do primeiro jornal online em Portugal, referiu que o mesmo se encontrava a atravessar por um “período negro”, com dívidas que já ultrapassavam os cinquenta mil euros. Em cima da mesa estava a possibilidade de um encerramento definitivo, mas passados seis anos, o mesmo periódico continua a sua atividade laboral. Neste tempo só mudou uma coisa: os princípios e as prioridades que tanto orgulhavam o fundador e diretor do jornal.

Dificuldades levam Setúbal na Rede a procurar estagiários

jornalismoAs dificuldades começaram a surgir no final de 2002, quando deixou de haver dinheiro para pagar o salário dos cinco jornalista que trabalhavam no jornal.

Mas como dar a volta por cima e sobreviver à crise? O diretor do jornal adotou um método pouco ortodoxo para conseguir salvar o mesmo, mas nem sempre os fins justificam os meios.

O jornal passou a contar apenas com um jornalista e um gestor de conteúdos, sendo que, a restante equipa era constituída por estagiários, enviados pelas escolas.

Para combater a falta de profissionais na chamada época baixa, o diretor do Setúbal na Rede colocou diversos anúncios na Internet, onde procurava estagiários, para um período de três meses, com a possibilidade de integrarem a equipa do jornal num momento posterior, mas essa equipa existia? Não, o jornal estava completamente desmembrado e destruturado.

No início, vários jovens recém-licenciados em jornalismo aceitaram fazer estágios não remunerados, com base num acordo verbal e em promessas que nunca se concretizaram. Mas é possível fazer um estágio com base num acordo verbal? A resposta é outra vez NÃO. Para existir um estágio, seja ele curricular ou remunerado é necessário existir um documento assinado por ambas as partes, com a data de início e de fim. Pense duas vezes quando lhe propuserem um estágio não remunerado e se é mesmo isso que quer.

Quando um estágio se transforma numa ameaça

Durante os últimos anos, poucos foram os estagiários que permaneceram no jornal e os que receberam propostas para lá ficar a trabalhar, viram a sua vida tornar-se num pesadelo. Mal pagos, por um jornal ainda a recuperar economicamente, não tinham direito a descontos para a Segurança Social, trabalhavam oito horas diárias e não levavam para casa mais de trezentos euros mensais.

Ao caminharmos pelas ruas setubalenses, constatamos que os mais velhos nunca ouviram falar deste órgão de comunicação e os jovens que por lá passaram não querem relembrar a experiência que viveram. Ordenados em atraso, burlas, agressões verbais e físicas, tudo se passou dentro daquelas quatro paredes.

E depois atribuímos a culpa do jornalismo estar num processo de morte lenta à sociedade e à crise? Onde existe fumaça há fogo e se o jornalismo perdeu a sua essência muito se deve aos maus jornalistas, que são uma vergonha para a nação.

É necessário pensar e repensar nas nossas atitudes, pois um passo em falso pode destruir um órgão de comunicação social, assim como, um texto bem escrito e fundamentado pode dar bom nome a um jornal ou revista. É necessário usar as palavras no momento certo e dar-lhe o devido significado.

Deixe a essência do jornalismo voltar a entrar em sua casa.

 

Ana Rita Amante Leal

Bio

Licenciada em jornalismo, sempre foi apaixonada pela escrita. Com 24 anos, teve a sua primeira experiência em redacção no ano de 2012, quando realizou um estágio no jornal Correio da Manhã. Seguiu-se o jornal O Setubalense e uma colaboração como freelancer para a revista Her Ideal. Com a colaboração na 2write consegue alcança um dos seus grandes objectivos: trabalhar a partir de casa.

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