A nebulosa planetária foi captada pelo Very Large Telescope, no Chile, e notícia nos jornais: uma nebulosa planetária circular, fruto da explosão de um antigo sol, e uma estrela brilhante que se sobrepõe à circunferência criada pela nébula – um anel com um diamante celeste.
Como se forma então uma nebulosa planetária?
As estrelas semelhantes ao sol consomem, durante boa parte da sua vida, hidrogénio no seu núcleo e convertem-no em hélio: libertam energia. Depois, quando o hidrogénio acaba, a estrela sofre grandes alterações e o seu tamanho aumenta, começando a fusão do hélio – a estrela torna-se uma gigante vermelha.
A certa altura, a estrela torna-se instável e ejecta as suas camadas mais externas a uma velocidade na ordem das dezenas de quilómetros por segundo. É este material estelar ejectado que dá origem a vários tipos de nebulosa planetária com as mais variadas formas.
O material, entretanto, expande-se e, passados 10 000 a 50 000 anos, a densidade torna-se tão baixa que deixará de ser visível. Aquilo que resta da estrela é apenas o núcleo, constituído por hélio, carbono e outros elementos mais pesados, a temperaturas que podem atingir os 150 000 °C.
E sabe que mais? Será este também o futuro do Sol daqui a cerca de mil milhões de anos!
A nebulosa planetária, nome matreiro
Apesar do nome, uma nebulosa planetária tem nadinha que ver com planetas. Trata-se de uma nebulosa de gás e poeira originada por uma estrela que atinge a fase final da sua vida. A sua denominação matreira, que poderá levar ao engano dos leitores, deve-se a William Herschel que, em 1785, durante a classificação de várias nebulosas, distinguiu este tipo de objectos por se assemelharem a planetas (os telescópios de então apenas revelavam objectos circulares e difusos, semelhantes a um disco planetário).
William Herschel, intrigado acerca da sua origem, em 1791, prosseguiu o seu estudo e descobriu que existe uma estrela exactamente no centro do da nebulosa planetária, fazendo supor uma relação entre ambos.
O que originou a imagem da nebulosa planetária?
O ESO explica o que originou a imagem conhecida por Abell 33 e que emite uma luz azulada. A 2500 anos-luz da Terra, a nebulosa planetária, documentada pelo astrónomo norte-americano George Abell num catálogo de 1966, foi produzida pela explosão de uma estrela no final da sua vida, que enviou matéria em todas as direcções. A estrela que originou a explosão está a transformar-se numa anã branca.
A forma da nebulosa planetária, regra geral, vai-se deformando mas, neste caso, permanece quase circular. O diamante é formado pela estrela HD 83535 que está situada entre a Terra e Abell 33.