Hoje vou expressar a minha indignação quanto a um assunto que me apoquenta constantemente: as análises dos críticos de cinema.
Estes indivíduos são aqueles que, supostamente, percebem bastante da indústria cinematográfica e que, como tal, expõem em jornais, revistas e sites as suas opiniões relativamente aos filmes mais recentes. Depois de muitos anos a dar atenção às críticas destes tais sábios da sétima arte, cheguei a uma conclusão muito simples: grande parte dessas críticas são estúpidas.
Sim, eu sei que gostos não se discutem! E sim, eu sei que os críticos de cinema a que me refiro são, provavelmente, pessoas com grandes habilitações na área em questão!
Mas, neste caso, os gostos deles merecem ser discutidos. Porquê? Porque grande parte destes críticos de cinema, suportados pelas já referidas habilitações que, em condições normais, possuem na área do Cinema, limitam-se a dividir as suas críticas em dois grupos:
- Críticas aos filmes mais conhecidos pelo público em geral;
- Críticas aos filmes conhecidos por apenas meia dúzia de pessoas.
Assim, para avaliar um filme, a única coisa que os críticos fazem é enquadrá-lo numa das duas categorias acima mencionadas e, consoante o referido enquadramento, opinam preconceituosamente.
Se o filme em causa tiver sido visto por milhões de pessoas no mundo e as opiniões destas sobre o mesmo forem principalmente positivas, os críticos classificam-no como “Muito Fraco”, “Isto Foi Um Filme?” ou, se estiverem bem-dispostos, como “Medíocre”. Por sua vez, se o filme em questão tiver alcançado o espectacular registo de trezentos espectadores no mundo (incluindo os próprios actores e toda a equipa cinematográfica), nesse caso os críticos de cinema já o classificam como “Muito Bom”, “Excelente” ou “É Tão Sensacional Que Nunca Mais Vou Ver Outro Filme“.
Estes senhores e senhoras chegam ao ponto de espezinhar sagas como as de Harry Potter e Piratas das Caraíbas, adorados por tanta gente, aclamando e consagrando, no entanto, obras como “A Rapariga da Saia Castanha que Corria pelos Campos nos Primeiros Dias de Outono” e “A Figueira Enquanto Árvore e Ser Vivo”.
Refira-se que esta minha indignação, para além de exagerada, é também feita de um ponto de vista geral. Isto porque é óbvio que existem críticos de cinema diferentes dos que eu acabei de caracterizar e, para além disso, é também verdade que há filmes que apesar de serem fenómenos de bilheteira são, de facto, muito fracos e outros que mesmo que não sejam vistos por muita gente são de grande qualidade.
Contudo, regra geral, aquilo que escrevi não foge muito à verdade. Comprovem-no, por exemplo, em jornais e revistas ou mesmo na Internet.
Bem, e está feita a minha crítica.
E perdoem-me a indignação.