Fumar nasce com o dia, e o dia com esta novidade.
O que é, afinal, o VAPER?
Assume-se como o Movimento de informação e de defesa dos direitos dos Vapers – utilizadores de cigarros electrónicos e parte dos seguintes pressupostos:
- O que mata, não é a nicotina, é o fumo;
- O vapor de água não prejudica terceiros;
- O estado não tem de intervir na liberdade individual.
Fumar: nós e os outros
É certo que todos os fumadores sentem um prazer enorme em queimar tabaco, uma espécie de ritual individual, fumar, um hino a esse mistério que é inspirar, deixar de respirar, e, expirando, respirar novamente. Diga lá se não é, bem visto, o respirar a mais básica e inevitável forma de viver? Mas o fumo prejudica os outros – os outros que estão à sua volta e também o ambiente, isso é certo.
Já por isso os fumadores têm a sua liberdade, aquela que abrange a liberdade dos outros, restringida: os fumadores podem fumar na rua, no carro, em casa e em todos os locais onde foram adoptadas medidas de controlo de fumo, uma treta pegada obviamente visto que não existem exaustores com essa perfeição toda – quero dizer que de uma sala a outra de um restaurante em que a limitação da zona de fumadores e não fumadores se faz apenas, e só, pela via mental e do preconceito, só pode haver uma pseudo-perfeição. Como todas, aliás.
E se fumar for, afinal, não fumar?
Até que inventaram o cigarro electrónico, um objecto gelado (haverá quem gosta dos não-afectos até com cigarros), com bateria, e que em vez de fumo expele vapor apesar de conter nicotina.
A quem fará mal este veneno gelado a não ser ao utilizador-consumidor? Será, certamente, uma questão moral que está na base deste conflito, ora veja lá se percebe: você está no tal restaurante, na zona de não fumadores e a mamar de igual forma com o fumo e o cheiro do fumar dos outros que vem pela outra sala clean, e mete um coiso daqueles eléctronicos na boca. Sai vapor.
Na mesa ao lado está um casal com filhos que considera absolutamente repugnante o mau exemplo que está, mesmo ali, a ser dado. Ora fumar cigarros electrónicos não é estar a bem formar os futuros não fumadores (entretanto na viagem de regresso a casa o casal insulta-se e agride-se entre si mas isso não interessa nada porque um dos grandes males do mundo é o conjunto de fumadores – os que expiram fumo e os que expiram vapor); também pode dar-se o caso de o mal entendido passar pela halitose, ou seja, o vapor expirado pelos fumadores sem fumo constituir uma forma desenfreada de as partículas aquosas se misturarem com os germes e internamente haver um processo físico-químico resultante em halitose voadora que se repercute, externamente, em uma quantidade de perdigotos a circularem no ar (que ainda por cima é condicionado e nem oferece riscos para a saúde nem nada).