Sabe o que são nativos digitais?
Nativos digitais são os nascidos após a década de oitenta, designados pela sociologia, bem no centro dos grandes avanços tecnológicos, também conhecidos por geração Y ou geração da internet.
Os nativos digitais são exactamente os que têm a tecnologia inserida nas suas vidas prematuramente e que com ela convivem desde de muito cedo, usando as mais variadas plataformas digitais.
Imigrantes Digitais
No livro Teaching Digital Natives – Partnering for Real Learning, o Canadense Marc Prensky divide a humanidade em dois grupos: os nativos digitais e os imigrantes digitais. E quem são Os imigrantes digitais? São as pessoas que antecedem as gerações tecnológicas e que, mesmo utilizando os elementos digitais, não têm a mesma dinâmica e habilidade dos nativos digitais.
É o meu caso e, provavelmente, o seu: como se fosse realmente um estrangeiro, inserido em uma cultura diferente, existe uma adaptação mas aquele sotaque que não é bem de nativo, percebe?
Mas também há os que não sendo nativos digitais dominam em pleno as tecnologias por terem apanhado o comboio mesmo na altura certa… chamo-lhes, acabei de inventar, fluentes digitais.
Os nativos digitais amadurecem em frente do computador
e o seu comportamento, dos indivíduos da geração Y, é alterado pelas diversas entradas de informação que a tecnologia exerce sobre cada um deles – havendo uma forte tendência à falta de interacção como reflexo comportamental dessa geração. Também é verdade que este conceito se tem propagado às outras gerações: o contacto com o mundo e com as outras pessoas diferentes é feita por e-mail e pelas redes sociais.
De uma maneira geral, estes indivíduos relacionam-se por e-mail, pelo orkut, pelo facebook, pelo twitter e etc. A geração de nativos digitais é menos concentrada e mais impaciente – e isto porque possuem uma grande intimidade com o material tecnológico. Ademais são eles, os nativos digitais, quem ensinam os pais e os avós e os amigos de outras gerações a utilizar a tecnologia. Um fenómeno.
Até que ponto o uso das novas tecnologias desde o berço é saudável?
Estará o mundo, nomeadamente as escolas e as universidades e os ambientes de convívio social dos nativos digitais, configurado para acompanhar a evolução tecnológica? E em casa, há a educação que explicita que termos a tecnologia à nossa disposição não significa sermos dependentes ou escravos dela? Há o esclarecimento, desde cedo, de que nenhum recurso é bom ou mau em si mesmo, ou seja, bom ou mau é o uso que fazemos dele? Esta mediação é absolutamente imprescindível e urgente neste contexto.
E os afectos, onde ficam os afectos dos nativos digitais?
Há, venha quem vier, descompromisso crescente com as relações afectivas – mas isto verifica-se também com os imigrantes e com os fluentes digitais. Há, de facto, um pequeno paradoxo: ao mesmo tempo que a geração da internet, dos nativos digitais, quer respostas instantâneas para a maioria das coisas quando o assunto é afectividade, isso muda.
As pessoas querem envolver-se cada vez menos e nem sequer sentem necessidade de ter relacionamentos presenciais – preferem idolatrar a actriz ou a cantora ou até as mamas postiças do que beijar e apalpar uma mulher que vai dar retorno, ou seja, há aqui um medo de falhar – medo que é absolutamente camuflado pela perfeição digital. Enfim, uma tristeza que não é digital – é analógica.