Quem trabalha por conta de outrem sabe que, de tempos a tempos, lá se realizam algumas formações profissionais que, segundo a entidade profissional, visam enriquecer o currículo dos colaboradores, desenvolver as suas competências e conquistar novas ferramentas de trabalho. No entanto, estas formações nem sempre são encaradas da melhor forma, sendo muitas vezes vistas como verdadeiras perdas de tempo.
Isto acontece sobretudo quando as formações são propostas (ou impostas) pela própria entidade patronal, ganhando contornos obviamente distintos quando são os próprios colaboradores a solicitar formações em áreas que sentem ser importantes para o seu desenvolvimento pessoal e profissional. É, por isso, essencial que se mudem os padrões emocionais com que se encara este investimento que, não sendo baixo, permite um efetivo desenvolvimento de todos os colaboradores – mesmo quando as formações profissionais são realizadas em áreas que, à primeira vista, parecem ser fora do setor profissional de referência.
Qual é a importância das formações profissionais?
É importante, antes de mais, perceber que as formações profissionais têm um propósito e uma metodologia bastante distintos do ensino convencional. Focadas no desenvolvimento de três competências essenciais (saber-saber, saber-ser e saber-fazer), as formações profissionais recorrem a uma nova tendência de ensino que se distingue da pedagogia tradicional: a andragogia, que defende a aprendizagem através do recurso a experiências pessoais. Ou seja, pretende-se que, independentemente da área formativa, se consiga ativar nos formandos um sistema de aprendizagem que é feito com recurso a métodos puramente psicológicos, que lhes vão facilitar a retenção de informações tidas como essenciais para o seu desenvolvimento pessoal e/ou profissional.
Sendo realizadas por profissionais com formação na área ministrada e com certificação para o desempenho desta função, as formações profissionais são uma das mais eficazes formas de garantir o desenvolvimento de novas competências, tanto a nível técnico como comportamental – competências essas que, muitas vezes, não são adquiridas no percurso académico tradicional.
Existem muitas empresas que, ao implementar um plano de desenvolvimento individual para os seus recursos humanos, permitem que os colaboradores, em parceria com as suas chefias, detetem as suas maiores fragilidades e definam um plano de formação profissional em linha com as suas necessidades de melhoramento. No entanto, e apesar de esta ser a linha estratégica ideal, esta situação não se encontra patente em muitos negócios que, não desenvolvendo este tipo de ferramentas, pode encontrar alguma dificuldade acrescida em sintonizar as formações definidas com as necessidades reais de cada colaborador.
Quantas formações devem ser realizadas por ano?
Não existe um número de horas ideal para cada pessoa, variando a quantidade de formações profissionais de uma série de fatores: os interesses e as necessidades individuais e, obviamente, o budget disponível para o efeito. Obviamente que existe a orientação do Quadro de Referência Estratégico Nacional (Qren), que indica as 35 horas de formação anual por colaborador, mas são bastantes as empresas que ultrapassam largamente esta barreira, reconhecendo a importância que as formações profissionais têm para o desenvolvimento dos seus colaboradores e, consequentemente, para o aumento da produtividade negocial.
A par com a formação garantida pelas empresas, são também cada vez mais as pessoas que, a título individual, procuram formações profissionais que lhes garantam um desenvolvimento de competências que possam não so enriquecer os seus currículos, mas também aumentar as possibilidades de empregabilidade ou de crescimento profissional.
O importante é que, ao decidir realizar formações profissionais, se procure por cursos ou workshops que permitam colmatar eventuais défices técnicos ou comportamentais, sendo essencial comprovar sempre a idoneidade da entidade formadora, bem como a credibilidade e a experiência do formador.
Mas tão importante quanto isso é ainda a recetividade na aprendizagem. Entrar numa sala de formação é uma oportunidade única para crescer como pessoa e profissional, partilhando experiências, absorvendo novas orientações e aprendendo técnicas e ferramentas que poderão ser de grande utilidade futura.