Dizem ser o Webjornalismo uma nova onda de comunicação provocada pela internet, pelas ferramentas de autopublicação e pelos sistemas de peer-production da web. Contrariamente a outras correntes, a nova onda de comunicação não está apenas marcada pela produção e disponibilização de conteúdo na rede.
O processo informativo – desde a selecção e publicação de conteúdo, começando nos blogues, à filtragem e edição dos mesmos (em sistemas de comunicação colaborativa) até ao esquema de circulação e à forma de consumo de informações (mais personalizado com o processo de referenciação presente nas redes sociais) – está acessível a cada cidadão.
O desenvolvimento das redes sociais na nova onda de comunicação
O padrão de consumo de notícias terá sofrido imensas modificações com o desenvolvimento das redes sociais nesta designada nova onda de comunicação. Antes esse mesmo padrão tinha uma oferta restrita e periódica e oriunda dos produtos das organizações jornalísticas. A informação hoje passa a ser oriunda de diversas outras fontes.
Além da possibilidade de criação de perfis pessoais e da conexão e interacção com outros indivíduos, é o compartilhamento de conteúdo uma das principais características das redes sociais. A verdade é que alguns sites das redes sociais dispõem de ferramentas de
compartilhamento de fotos ou vídeos; outros apresentam tecnologias de blogue e mensagens instantâneas embutidas: há para todos os gostos de forma, isso é certo, a facilitar a circulação de conteúdo.
Nova onda de comunicação privilegia o consumo de informação dos cidadãos
É cada vez mais importante o papel que os textos, as fotografias e os links em sites de redes sociais assumem no modo de consumo de informação dos indivíduos. Em boa verdade, estes conteúdos já chegam com a aprovação dos seus pares, dos membros dos seus círculos pessoais de interacção. E pouco interessa que sejam amigos pessoais, conhecidos ou pessoas com meros interesses comuns: interessa que cada um destes intervenientes actua como um filtro de conteúdo próprio.
Ora é precisamente o carácter de circulação rápida que define, de forma mais relevante, a utilização dos sites de redes sociais como plataformas de difusão de informação. Há todo um conjunto de comentários-tipo que habita no ambiente das redes sociais: protestos ideológicos, piadas, reflexões, intimidades – e tudo aberto à manifestação popular… a noção de privacidade estará em vias de extinção?
Nesta nova onda de comunicação não há apenas lugar à produção mas também, pela filtragem, à difusão de conteúdo – o que Lindemann e Reule (2009) designam de actores factodifusores que deriva de uma acção colectiva de réplica e acrescento de conteúdos acerca de um mesmo assunto com visibilidade. A propósito disto, e ficará para uma futura oportunidade, há uma corrente que aponta a intercepção do jornalismo com as redes sociais em três tipos: espaços de publicação, espaços de filtragem e circulação de informações.