Um jornal impresso feito por robots é uma possibilidade futura nos meios de comunicação? Esta é uma questão lançada no site GigaOm a propósito do The Guardian ter vindo a fazer experiências com os jornais impressos de edição limitada que são produzidas por algoritmos e com base nos hábitos de partilha de leitores.
O futuro passa por lermos um jornal impresso feito por robots?
Imaginemos o seguinte: um jornal impresso com uma selecção de informação, não baseada na escolha de editores, tendo por base as partilhas dos leitores nas redes sociais. Seria agradável? Quem estaria disposto a pagar por um jornal impresso feito por robots?
Apesar de não ser ainda possível adquirir um jornal assim, estará para breve: o The Guardian tem estado a fazer experiências nesta modalidade para que brevemente nos EUA se torne uma realidade a leitura de um jornal impresso baseado em compartilhamentos: o # Open001.
Serão apenas impressas 5 000 cópias por mês com destino aos escritórios de meios de comunicação e agências de publicidade – pois trata-se ainda de uma experiência de publicação do The Guardian.
Trata-se de uma produção através de robots, de algoritmos, sem qualquer selecção humana directa. Será este conceito de jornal o que queremos? É este o futuro dos jornais?
Anteriormente uma experiência semelhante foi realizada na Grã- Bretanha: um jornal impresso chamado The Long Good Read que recolhe automaticamente o que mais se lê como uma espécie de feed RSS ou um recurso de compartilhamento. A única mão humana vai no sentido de verificar a actualidade das histórias no momento que chega à fase de impressão. E, sendo trabalho para uma hora, é só.
Desumanizar um jornal: # Open001 e Long Good Reads vingarão no futuro?
Nenhum jornal impresso feito por robots – nem o # Open001 nem o Long Good Reads – vai, obviamente, substituir o The Guardian ou qualquer outro jornal impresso em breve. Um deles é uma publicação mensal e o outro é semanal e são ambos nichos de mercado.
Fica, no entanto, comprovada a possibilidade de conseguirmos imprimir jornais à medida dos nossos interesses. Mas é estranho, não é? Podermos criar uma notícia de alimentação especializada que é direccionada directamente para os nossos interesses, através do nosso gráfico social, não deixa de ser uma modernice bem estranha.
Onde entra o factor importância e interesse se a escolha é feita apenas levando em consideração o que mais se partilha? Não será mesmo indispensável a massa crítica do homem ou os algoritmos são e serão reis?
Como lançar a dúvida, ou novas ideias, pela escrita se a triagem de notícias está pré-concebida pelos robots? Será possível o Homem ensinar os algoritmos a pensar e a escolher aquilo que interessa à humanidade através de jornais impressos feitos por robots?
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